A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sintra indicou este sábado não ter recebido “qualquer contacto” por parte do Chega para a realização do Conselho Nacional do partido, no próximo fim de semana, nas suas instalações.
“Estando a ser anunciado por alguns órgãos de comunicação social que o Conselho Nacional do partido Chega irá ter lugar nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Sintra, vem esta associação humanitária esclarecer que tal notícia é falsa, não tendo sequer existido qualquer contacto nesse sentido”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.
Na nota, a associação indica também que as suas instalações “apenas estão disponíveis para atividades humanitárias e/ou de formação, que respeitem o plano de contingência da associação, o que está conforme com as normas emanadas pela Direção-Geral da Saúde”.
Segundo uma convocatória publicada no seu ‘site’, consultado este sábado pela Lusa, o partido Chega, liderado por André Ventura, vai reunir, no próximo domingo, dia 29 de novembro, o seu Conselho Nacional, encontro que acontece ao mesmo tempo do que o congresso do PCP.
A iniciativa dos comunistas foi criticada por André Ventura.
A convocatória, assinada pelo presidente da mesa daquele órgão, Luís Filipe Graça, e entretanto retirada da página, chamava “todos os conselheiros nacionais para o Conselho Nacional a realizar no próximo dia 29 de novembro de 2020”.
Era referido que o encontro iria decorrer nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Sintra (distrito de Lisboa) e teria início pelas 15:30.
A informação indicava também que a ordem de trabalhos seria composta por três pontos: “informações”, “análise da situação política” e, por último, “proposta e votação da suspensão do presidente da Comissão Política Distrital de Faro”.
A Lusa contactou o partido, mas até ao momento ainda não foi possível obter um esclarecimento.
O Conselho Nacional do Chega, órgão deliberativo entre convenções (o equivalente a um congresso), é “responsável pela prossecução da estratégia política do partido definida em Convenção Nacional, bem como pela fiscalização política das atividades dos órgãos nacionais do partido”.
Os estatutos do partido estabelecem que “o Conselho Nacional se reúne ordinariamente de quatro em quatro meses e, em sessão extraordinária, a requerimento da Direção Nacional, ou por iniciativa de pelo menos metade dos seus membros efetivos”.
Este órgão é composto pelo presidente do partido e todos os membros da direção, pelos membros da mesa do Conselho Nacional, os presidentes e vice-presidentes das secções regionais e distritais do partido, por 30 membros efetivos e 10 suplentes, eleitos na Convenção Nacional, e ainda pelos militantes que exerçam funções executivas no Governo, nas regiões autónomas ou em Câmaras Municipais, indicam igualmente os estatutos.