Miguel Oliveira em 2019, ano de estreia no MotoGP pela Tech3: 17.º lugar no Mundial, 33 pontos somados, zero vitórias, zero pódios, zero poles e uma única prova entre os dez primeiros (Áustria, oitavo). Miguel Oliveira em 2020, segundo ano no MotoGP pela Tech3: nono lugar no Mundial, 125 pontos somados, duas vitórias, dois pódios, uma pole e nove provas entre os dez primeiros (dois triunfos, dois quintos, quatro sextos e um oitavo). A diferença de uma temporada para a outra já era suficiente para colocar os holofotes no português mas o final com “chave de ouro” da época redobrou os elogios da imprensa estrangeira ao piloto de Almada, a começar pelo que os espanhóis apelidam de Grand Chelem no Algarve: pole, vitória, volta mais rápida e liderança em todas as voltas.

Calculista, genial, perfeito: Miguel Oliveira faz (mais) história e conquista Grande Prémio de Portugal

“A Oliveira, gosta que se dirijam a ele pelo seu nome completo, Miguel Ângelo. É sério, sensível e tão responsável que levou a sério a questão de encontrar um futuro caso as motos não resultassem tão bem (apesar de o seu nome soar no paddock desde que era adolescente) e acabou o curso de medicina dentária, passando pela sua clínica quando não está em semana de Grande Prémio (…) Num ano estranho, marcado pela pandemia, aproveitou para confirmar o seu enorme talento que bem merecia um lugar no MotoGP (…) Depois de um inesperado triunfo na Estíria, o piloto puxou da memória para terminar o ano com uma pilotagem majestosa como as que tinha nos êxitos em criança no Circuito Internacional do Algarve”, recordou o El País.

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“Foi o segundo triunfo do ano, em casa e a arrasar. Grande quarto lugar para Pol Espargaró. A Honda termina o ano em vitórias, algo que nunca tinha acontecido. Com condições excelentes, de sol, boa temperatura, 28 graus no asfalto e pouco vento, Oliveira não falhou após a sua primeira pole, aguentou bem a liderança, voou e apenas em três voltas já tinha dois segundos de avanço”, destacou a Marca, entre a nota positiva que deixou para o espanhol da KTM e, em contraponto, o lamento pelos problemas que levaram Joan Mir a desistir da corrida.

“Grande fim de semana de Miguel Oliveira no Grande Prémio de Portugal, em sua casa, no espetacular traçado de Portimão. O português arrasou desde a pole, liderando do início ao fim com uma vantagem de três segundos no final da meta para Jack Miller, que vingou a corrida do passado domingo frente a Morbidelli e acabou em segundo. O italo-brasileiro acabou o Mundial no segundo posto mas o australiano acabou por dar a vitória à Ducati no Mundial de construtores, com mais 19 pontos do que a Suzuki (…) Miguel Oliveira foi profeta na sua terra e carimbou de forma inapelável o segundo triunfo do ano, depois da Estíria. No final, a KTM conseguiu três vitórias, duas do português e uma de Brad Binder em Brno, e no próximo ano terá de se contar com ambos desde o início do campeonato”, salientou o As, olhando para aquilo que o português pode fazer com moto de fábrica.

“Ponto final da temporada do MotoGP, com um Miguel Oliveira intratável no Autódromo Internacional do Algarve: liderou todas as voltas da corrida, não deixou que ninguém reduzisse nem por um segundo a sua primeira posição, escapou e cruzou na frente a bandeira de xadrez. Foi uma vitória incontestável de Oliveira no fim de semana em sua casa, ontem com a pole e hoje na corrida. Um grande ano para o português. Sensacional. Nem um único erro ao longo de toda a corrida. Felicidade portuguesa e austríaca, com a terceira vitória da temporada para a KTM: duas de Oliveira, uma de Binder e a marca com mais triunfos depois da Yamaha (sete)”, realçou o Sport.

“Para quem tivesse alguma dúvida sobre o português Miguel Oliveira, essas foram dissipadas este domingo com o Grande Prémio da sua vida em MotoGP no regresso do Grande Prémio de Portugal no circuito de Portimão e com um sempre difícil Grand Chelem: pole position, vitória, volta mais rápida e liderança em todas as voltas, naquele que foi o segundo triunfo do ano e terceiro da KTM num ano incrível para a fábrica de Mattighoffen que mostrou ter chegado para ficar à categoria rainha”, frisou também o Mundo Deportivo.