A Sword Health, startup portuguesa que criou o primeiro fisioterapeuta digital, foi considerada a melhor scaleup portuguesa (startups fundadas há menos de cinco anos que já estão numa fase de crescimento e expansão mais acelerada) deste ano pela aceleradora BGI, em colaboração com o EIT Digital. O anuncio foi feito esta quinta-feira, numa gala online onde foram reconhecidas as startups mais promissoras de 2020 e onde foi também apresentado o relatório anual sobre a evolução do ecossistema de empreendedorismo português.

Além desta distinção, a startup fundada em 2015 por Virgílio Bento venceu ainda o prémio de Melhor Scaleup de Medical and Health IT. Na lista das melhores do ano estiveram 25 startups, selecionadas de acordo com indicadores fornecidos pela Informa D&B — como o capital levantado, as receitas totais, a relação capital/receita e os empregos criados. No top 3 ficaram ainda a Utrust e a Platforme.

As 25 melhores scaleups de 2020, de acordo com o relatório anual da BGI

Mas houve mais vencedores. A Dashdash (agora Rows) foi a escolhida na categoria de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), a Go With Flow, startup que criou a primeira solução de Gestão de Mobilidade Sustentável, foi considerada a melhor startup de CleanTech and Industry 4.0. e a UTRUST foi a escolhida na categoria de Consumer and Web. Pela primeira vez houve ainda uma “menção honrosa”, que este ano foi atribuída à DefinedCrowd, fundada por Daniela Braga, e o prémio “People’s Choice Award”, que levou o público a escolher a Ophiomics.

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Além destas distinções, a Building Global Innovators apresentou ainda as principais conclusões do seu relatório Scaleup Portugal, que anualmente analisa o investimento e perfil das melhores scaleups no país e mostra como está o ecossistema de empreendedorismo em Portugal. Comecemos pelos números: entre 2015 e 2020, o top 25 das startups portuguesas levantou um total de 117,8 milhões de euros e gerou mais de 120,2 milhões de euros em receitas. Os valores são mais baixos dos que foram verificados no ano passado no mesmo ranking, representando uma queda de 39,3% no investimento levantado. Quanto às receitas, houve uma subida de 60,1% nas receitas. “Foi a primeira vez que assistimos a recitas maiores do que o investimento levantado”, lê-se no comunicado.

Dentro do investimento, foram as rondas Série A que levaram a um maior capital levantado, com 28,72%. A BGI destaca ainda, em comunicado, que “embora ainda exista uma dependência significativa de investimento estrangeiro, principalmente vindo dos EUA (32,42%), nota-se uma crescente participação de investidores nacionais, especialmente em fases mais iniciais”. Em relação às áreas onde há mais atração de capital, o relatório anual indica que são as TIC quem lideram neste aspeto. Já os negócios B2B (Business to Business) foram os que mais capital levantaram.

Já quanto aos fundadores das startups, continua a existir um desequilíbrio entre o número de fundadores do sexo masculino (87,5%) e do sexo feminino (que apesar de ter subido ocupa 12,5%). Quase 75% dos fundadores tem, pelo menos, um mestrado e é Lisboa a cidade com mais sedes das equipas (44%).