O relatório final sobre as novas linhas de metro, que contempla 11 eixos de metro e quatro de metrobus, vai ser entregue em dezembro ao ministério do Ambiente pela Área Metropolitana do Porto, revelou esta sexta-feira o presidente daquele organismo.

A entrega, no dia 9 de dezembro, do relatório final ao ministro do Ambiente “é uma cerimónia que, em princípio, acontecerá no Porto” e onde o tema fica encerrado para a Área Metropolitana (AMP), disse Eduardo Vítor Rodrigues, em declarações à Lusa, no final de uma reunião daquela entidade.

O dirigente, que lidera também a Câmara de Vila Nova de Gaia, reiterou que é sua convicção que as linhas constantes deste estudo de procura vão ser viabilizadas, na medida em que é um investimento não dependente do Orçamento do Estado.

É a minha total convicção por uma razão, porque não estamos a contar apenas com o orçamento do estado. Aí teria muita dificuldade em imaginar que pudéssemos cumprir. É na bazuca, no Plano de Recuperação e Resiliência e no novo quadro comunitário que nós estamos apostados”, disse.

Eduardo Vítor Rodrigues lembrou que ainda “não havia Covid, nem bazuca” e estavam já comprometidos cerca de 850 milhões de euros para investimento no Metro do Porto e em metrobus, sendo que para contemplar as linhas que constam desde estudo de procura, são necessários “mais de 450 milhões de euros”.

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“Precisamos de cerca de metade do que aquilo que já tínhamos e, se até agora tínhamos se dinheiro do quadro comunitário do Plano Nacional de Investimentos (PNI), agora com o Plano de Recuperação e Resiliência mais ainda”, disse.

Aquele responsável adiantou que a AMP vai assumir o risco de preparar desde já os projetos, quer no âmbito da rede de metro, quer na ferrovia suburbana, para que, chegado o momento das candidaturas, estar tudo pronto para avançar. “Em alguns casos antevê-se que só o tempo dos projetos vai consumir o tempo que temos pela frente. Com o modelo da contratação publica a situação dificulta-se”, observou.

Veja-se a comparação relativamente à linha rosa e à linha amarela do metro, ao tempo que isto já vai, e só ontem [quinta-feira] é que foi assinado o contrato da linha amarela depois de ter vindo do tribunal, portanto, se isto é assim para um bocado de linha, o que é que não será para o Porto-Lisboa em alta velocidade”, acrescentou.

O autarca referiu também que este estudo de procura permitiu reequacionar linhas, em alguns casos recorrendo a soluções híbridas de metro e metrobus que tinham sido postas de parte, nomeadamente as linhas da Trofa, Maia, Matosinhos e Gondomar.

“O objetivo do estudo era reincluir linhas, e não para aprofundar desigualdades. Por exemplo, a situação da Maia e da Trofa, que estavam relativamente de parte, voltaram a estar em cima da mesa porque, como sempre defendi, a atualização do estudo ia mostrar o aumento da procura e por consequência a necessidade de reforço do transporte público”, sublinhou.

O estudo foi encomendado ao Instituto da Construção da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a quem coube avaliar a potencial procura nas novas propostas de linhas apresentadas pela Metro do Porto. No documento, foram analisados onze eixos de metro e quatro de metrobus.

Na quinta-feira, o Jornal de Notícias avançou que a segunda linha de Gondomar vai ligar as Antas, no Porto, a S. Cosme, no centro de Gondomar, servindo o parque oriental e os bairros do Cerco e do Lagarteiro e o Hospital Fernando Pessoa. Com um custo estimado de 140 milhões de euros, esta ligação terá ao longo de 6,7 quilómetros nove estações, sendo que apenas uma estação, a do Dragão, já existe.

A solução proposta desenvolve-se quase toda ela à superfície, tendo apenas dois túneis: nas Antas, no Porto, e na zona da Lagoa, em Valbom, refere a mesma publicação.