No final, acabou por não passar de um susto. Que provocou algumas mazelas, é certo, mas um susto perante o que as imagens que chegavam às equipas e aos adeptos da Fórmula 1 com o Haas partido ao meio, com a sua metade da frente completamente partida e o monolugar em chamas enquanto Romain Grosjean conseguia deixar o local com a ajuda não só dos comissários de pista mas também da intervenção da equipa médica do circuito.

O “milagre” de Grosjean antes da vitória de Hamilton: francês despista-se, carro parte ao meio e piloto consegue fugir entre as chamas

“Olá a todos! Só quero dizer que estou ok, ou como se estivesse ok [olhando para os dedos das mãos, todos eles ligados e com os braços suspensos]. Obrigado por todas as mensagens. Há uns anos não era a favor do halo mas penso que foi a maior coisa que conseguimos introduzir na Fórmula 1 e sem isso não estaria a falar com vocês hoje. Muito obrigado, obrigado a todo o staff médico no circuito e no hospital e espero que em breve vos consiga escrever algumas mensagens para dizer como estão as coisas”, destacou o piloto francês no primeiro vídeo após o acidente, que deixou queimaduras ligeiras nas mãos e nos tornozelos, como a equipa já tinha anunciado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Além dos elementos da equipa, Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo, já visitou o compatriota na unidade hospitalar do Bahrein para onde foi levado após o acidente de uma corrida que acabou com mais uma vitória do heptacampeão mundial Lewis Hamilton e várias dúvidas levantadas pelos pilotos.

“Quando vi as imagens fiquei em choque. Foi assustador mas não tinha ideia de que um carro de Fórmula 1 pudesse partir-se daquela forma. Serviu para provar que o halo funciona mesmo. Já lhe enviei mensagem a desejar-lhe as melhores. Espero que esteja bem, mas foi mesmo assustador”, referiu Pierre Gasly, piloto da Alpha Tauri e outro dos franceses de 2020. “A princípio fiquei irritado que se tenha atravessado à minha frente da forma como fez mas mudei logo a opinião assim que vi as chamas e o que tinha acontecido nos meus espelhos. Fiquei mesmo preocupado. Foi um momento assustador, isto só me mostra o quão perigoso isto é”, disse Daniil Kvyat.

“Foi uma imagem chocante de se ver. Quando entro no carro sei dos riscos que corro. Respeito os perigos que temos neste desporto. Fiz uma publicação sobre isso porque foi assustador. O carro, o cockpit… Não faço ideia de quantos G’s ele enfrentou mas estou simplesmente grato pelo facto de o halo ter funcionado. Podia ter sido muito pior mas acho que isto serviu para nos lembrar a todos, a nós e a quem nos vê, que isto é um desporto perigoso. Estamos ali nos limites mas tens sempre de os respeitar. Mostra o trabalho fantástico que tem sido feito na Fórmula 1, o que a FIA tem feito, especialmente pelo facto de ele ter saído do carro depois daquilo. Será investigado e sei que farão de tudo para que não se volte a repetir”, comentou Hamilton, que durante a paragem na corrida para que fossem recolocados os rails naquela zona já tinha escrito uma mensagem nas redes sociais.

“Não vi muitas vezes as imagens, não quero, mas um carro de Fórmula 1 e as barreiras não devem partir-se assim. Não devia acontecer aquilo e o carro não deveria ter-se incendiado daquela forma, por isso não sei o que aconteceu”, referiu o tetracampeão mundial Sebastian Vettel. “Este é o nosso trabalho, que tem os seus riscos e as suas alegrias. O que aconteceu hoje foi um milagre da tecnologia. As melhoras ao Romain Grosjean e muito obrigado ao pessoal médico”, salientou Antonio Giovinazzi, da Alfa Romeo. “Se o halo não estivesse ali poderíamos ter tido um desfecho bem diferente. A forma como ele saiu foi incrível. A segurança evoluiu tanto nos últimos tempos e só devemos estar gratos”, recordou George Russell, da Mercedes.