A quarta vitória consecutiva e a décima da temporada no Grande Prémio da Turquia valeu a Lewis Hamilton mais do que aquele sétimo título mundial que igualaria o recorde de Michael Schumacher. De forma fria, era uma mera questão de tempo mas aquele triunfo, até pelo contexto de ter uma pista molhada, pilotos a fazerem alguns peões e a vitória a depender mais do que é normal da estratégia assumida para a corrida foi o culminar de mais um ano de total domínio de Lewis Hamilton. E que, ao mesmo tempo, soltou sentimentos que pareciam presos.
“Quero mais fins de semana destes [como na Turquia], mais condições complicadas como estas. Quantas mais oportunidades como estas tiver, mais possibilidades tenho de mostrar aquilo que sou capaz de fazer. Hoje, mereço o meu próprio respeito. Os meus pares sabem o quão difícil este dia foi. Eles sabem que não é o carro. Não poderia ter feito isto com um incrível grupo de pessoas que está atrás de mim mas há outro piloto ótimo que tem o mesmo carro e que hoje não acabou onde eu acabei”, comentou o britânico, numa ideia mais vezes repetida nos dias seguintes: o trabalho da Mercedes (que voltou a ser campeã sem grande oposição no Mundial de construtores) com os carros pode ser ótimo mas isso não apaga o mérito que cada piloto que vence deve merecer.
Com a questão do título resolvida, as atenções viram-se agora para as negociações entre Hamilton e a Mercedes no sentido de prolongar o contrato que termina este ano. Toto Wolff, diretor da equipa, referiu ao Kronen Zeitung que a renovação está praticamente certa e que será assinada até ao final da época, sem entrar em mais detalhes a não ser que fazer mais um ano pode ser pouco e que assinar por três pode ser demasiado – ou seja, duas épocas em cima da mesa, com possibilidade de prolongar o vínculo para lá da carreira. “Seria fácil assinar sem pensar no que vem a seguir. Quero continuar com a Mercedes e ajudá-los na mudança que está a ocorrer, para carros verdes e mais eletrificação. E gostaria de criar mais diversidade”, assumiu o britânico, citado pelo Motorsport-Total.
I'm so grateful Romain is safe. Wow… the risk we take is no joke, for those of you out there that forget that we put our life on the line for this sport and for what we love to do. Thankful to the FIA for the massive strides we've taken for Romain to walk away from that safely https://t.co/dG8AXmsbKN
— Lewis Hamilton (@LewisHamilton) November 29, 2020
O anúncio, tal como o título mundial, é uma questão de tempo. No entanto, existiam ainda três provas para fechar o Mundial de 2020, que poderão servir para Hamilton chegar a alguns recordes ainda não batidos de Schumacher e não só. E a primeira parte da missão no Grande Prémio do Bahrein tinha sido cumprida, com a 98.ª pole position da carreira. “Aqui tens de encontrar o equilíbrio perfeito para o carro. A volta começou muito bem mas acho que podia ter sido mais rápido na curva quatro e seis. Posso dizer aqui todos os pormenores mas foi uma boa volta no final. O fim de semana tem sido a dar passos para entender melhor o carro”, destacara este sábado.
Career win number 95 for @LewisHamilton as he crosses the line to take victory in Bahrain ????????#BahrainGP ???????? #F1 pic.twitter.com/pjqg36Q0sJ
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Tudo a postos para mais uma corrida noturna na Fórmula 1, boa saída de Hamilton a segurar a liderança, péssimo arranque de Bottas a cair para a sexta posição, inteligência de Sergio Pérez a colocar-se no terceiro posto e acidente gravíssimo lá atrás, com Romain Grosjean. A própria realização temeu o pior porque o Haas do francês, que sofreu algum problema atrás de outros carros que se iam tocando que o levou a ir mais para a direita após tocar em Kvyat, ficou de imediato em chamas. Só depois de aparecer a imagem do piloto bem no carro (e o “bem” é atendendo ao que se passou porque o gaulês saiu do carro de apoio a amparado a coxear) é que passou a arrepiante repetição: o carro de Grosjean partiu ao meio, a metade da frente ficou entalada entre os railes e a outra metade passou para o outro lado. O piloto, esse, conseguiu saltar da zona do incêndio enquanto se tentava apagar o fogo, tendo saído com algumas queimaduras ligeiras na zona das mãos e dos tornozelos.
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???? Arranque marcado pelo grande susto com @RGrosjean. Felizmente, a intervenção foi rápida, o piloto saiu consciente e foi imediatamente encaminhado para o Hospital. As melhoras, campeão! ???? #F1ELEVEN pic.twitter.com/pXHeEbBhW0
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We are so thankful that Romain Grosjean was able to walk away from this. We did not need a reminder of the bravery and brilliance of our drivers, marshals, and medical teams, nor of the advances in safety in our sport, but we truly got one today#BahrainGP ???????? #F1 pic.twitter.com/z8OeTU5Nem
— Formula 1 (@F1) November 29, 2020
A Haas, onde se viram imagens de grande preocupação e lágrimas após o violento embate, foi explicando que tudo não passara de um susto, apesar das ligeiras mazelas no piloto francês que perdeu uma bota no meio da confusão gerada pelo aterrador episódio. E Hamilton, durante a longa paragem para montar novos rails naquela zona do circuito, deixou uma mensagem através das redes sociais. “Estou muito agradecido por o Romain estar bem. Para quem se esquece que nós colocamos a vida em risco por este desporto que tanto amamos, o risco que corremos não é uma brincadeira. Estou muito agradecido pelos enormes avanços que a FIA tem levado a cabo e que permitiram que o Romain conseguisse sair dali são e salvo”, destacou o heptacampeão e líder do Mundial.
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Isto é F1. Estamos todos do mesmo lado. Fazemos parte da mesma equipa ???? #F1ELEVEN pic.twitter.com/6GPrexcxZu
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A prova iria recomeçar mas por pouco tempo antes de haver nova interrupção: Lance Stroll deu um toque em Kvyat e o seu Racing Point acabou virado ao contrário, em mais um acidente vistoso mas ainda assim sem a gravidade do que envolveu Romain Grosjean. À terceira foi mesmo de vez, com a corrida a recomeçar sem mais interrupções, com todos os 18 carros ainda em prova a terminarem a prova e com Lewis Hamilton a somar a quinta vitória seguida atrás do safety car, tendo Max Verstappen no segundo lugar (reabrindo a luta pela vice-liderança do Mundial) e Alexander Albon na terceira posição (igualando o melhor registo pessoal), naquela que foi a primeira corrida com os dois Red Bull no pódio em 2020 aproveitando o “azar” de Sergio Pérez, que tinha todas as condições para fazer o segundo pódio consecutivo depois do segundo posto na Turquia mas que teve de desistir a três voltas do final. No polo oposto, Bottas não foi além do oitavo lugar, enquanto a Ferrari só marcou um ponto por Leclerc.
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???? Safety car no 2.º arranque! @lance_stroll despistou-se e saltou para fora da corrida. #F1ELEVEN pic.twitter.com/DuIIWnZwCs
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LAP 57/57: Confirmation of the finishing order #BahrainGP ???????? #F1 pic.twitter.com/oYXYFcpZEW
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