Por mérito do Benfica mas também por muito demérito do Marítimo e da incapacidade que teve em ligar setores e sair em transições, Vlachodimos só teve de fazer uma única defesa a remate de Milson a meio da segunda parte. Antes, viu Rodrigo Pinho rematar com perigo ao lado, marcar e cabecear já com pouco ângulo, antes do intervalo – sempre no seguimento de erros individuais dos jogadores encarnados. Um, o de Otamendi, acabou por oferecer o golo aos insulares. Mas nem por isso Jorge Jesus perdeu a confiança no central argentino, mesmo que as águias tenham o pior registo dos últimos 18 anos em termos defensivos à oitava jornada do Campeonato.

Everton ganhou ao frio, à relva e a Otamendi (a crónica do Marítimo-Benfica)

“Foi um erro individual do Otamendi, faz parte do jogo mas é verdade que não podemos cometer erros desses. Quando erras é uma coisa, mas isso faz parte do jogo, da profissão deles. A minha confiança neles [Otamendi e Vertonghen] é a mesma que tínhamos quando o fomos buscar. O Otamendi esteve sempre bem no jogo, só esteve mal naquela decisão. Foi grave, porque deu golo, mas o resto de jogo apresentou qualidade e voz de comando. A minha experiência diz-me para perceber com mais facilidade estes erros individuais. Para mim é mais grave um jogador meu errar no que quero taticamente, do que tecnicamente… Aí cobro mas aqui não”, disse o técnico na zona de entrevistas rápidas da SportTV, já depois de ter elogiado os 60 minutos iniciais do Benfica.

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“O jogo teve um Benfica, durante uma hora, com muita qualidade. Na primeira parte foi impressionante a forma como jogámos em ataque posicional e com qualidade. Depois do 2-1, aí sim, deixou de ser a equipa que jogou até aí. Passou a ser uma equipa emocionalmente a defender o resultado. O campo estava difícil para jogar mas o Benfica, enquanto pôde, jogou com qualidade. Este resultado é importante, ganhando é sempre bom. Isto num campo difícil, diante de um adversário que ganhou no Dragão ao nosso rival. É uma demonstração de que Marítimo quando joga, quando quer, joga bem. Mas o Marítimo não precisa de fazer isto. Um antijogo constante. Aquilo que ouvi dizer é verdade, enquanto não perde, não quer jogar. O guarda-redes no chão, quebras constantes, sempre a mandarem-se para o chão… Depois, quando se viram a perder, aí sim quiseram jogar e até jogaram melhor do que nós nos últimos dez minutos”, tinha analisado o treinador dos encarnados.

Antes, Everton Cebolinha também passara pela flash interview para analisar aquela que considerou “a melhor partida com a camisola do Benfica”. “Quando se muda de país, a adaptação ao futebol europeu é sempre difícil e comigo não foi diferente mas no dia a dia, os companheiros têm-me dado confiança, o mister também e isso é importante. Alguns resultados não estavam a acontecer, até mesmo dentro de casa ou na Liga Europa, não conseguimos vitórias e isso acaba por tirar um pouco a confiança do grupo. Mas trabalhámos bem, com os pés no chão, a fazer aquilo que treinamos durante a semana para inverter este quadro”, destacou.

Quem não concordou foi o próprio Jorge Jesus, que já viu o brasileiro fazer melhor e que espera ver fazer ainda mais. “Já fez melhores jogos no Benfica mas ainda não jogou o que jogou no Brasil e no Grémio, aí conheço melhor e é normal, estive lá. Ele faz muitos golos neste tipo de jogada. No Brasil fez 18 e 20 golos nas últimas épocas. Hoje esteve mais em jogo mas o Everton ainda vai dar grandes alegrias a ele e à equipa”, vaticinou.