Os dados preliminares da autópsia realizada esta terça-feira ao corpo da funcionária do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto que morreu poucos dias depois de ser vacinada contra a Covid-19 não evidenciam qualquer relação entre a administração da vacina e a morte súbita da mulher.

A mulher foi vacinada a 30 de dezembro, sem ter sido notificado qualquer efeito indesejável, mas morreu subitamente a 1 de janeiro. Um comunicado do Ministério da Justiça afirmou esta noite que os dois eventos não devem estar relacionados, mas não revelou a causa provável da morte, uma vez que o caso está sujeito a segredo de justiça.

Mas há uma discrepância no comunicado oficial. O título do documento afirma que a autópsia à funcionária do IPO “não estabelece relação direta com vacina contra a Covid-19”, mas o corpo do texto indica que os dados “não evidenciam qualquer relação” entre a morte e a vacinação. Questionada pelo Observador, fonte oficial do Ministério da Justiça esclareceu que a versão correta é: a autópsia não revelou qualquer relação, direta ou indireta, entre os dois eventos.

Em comunicado, o IPO já tinha deixado claro que “a funcionária recebeu a vacina no dia 30 de dezembro, não tendo sido notificado qualquer efeito indesejável nem no momento da vacinação nem nos dias subsequentes”. Graça Freitas confirmou esta terça-feira que o caso estava a ser investigado, mas sugeriu que os dois eventos não estariam relacionados.

Há fenómenos que podem estar temporalmente relacionados. Não quer dizer que um seja decorrente do outro, temos que aguardar serenamente a investigação desta morte para sabermos o que se passou”, disse a diretora-geral da saúde na conferência de imprensa sobre a Covid-19 desta terça-feira.

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