Depois de apresentar o EP9 em 2017, o veículo eléctrico mais rápido no circuito de Nürburgring, que bateu igualmente toda a concorrência com motor de combustão, entre os modelos homologados para circular em estrada, a Nio continua a crescer. Desta vez revelou o ET7, uma berlina eléctrica que promete potências e, sobretudo, autonomias acima da média.

A Nio é uma empresa curiosa, pois é chinesa mas financiou-se na bolsa americana. A sua mais recente criação é uma berlina familiar discreta e elegante, similar ao Model S da Tesla e que pode bem ser quem está em melhores condições para fazer frente ao fabricante norte-americano, o que é algo que está longe de ser frequente.

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O ET7 exibe uma estética aerodinâmica (Cx de 0,23) e atraente, que não afastará a clientela europeia, um pouco à semelhança do que já aconteceu com o EP9. Mas os trunfos do novo Nio estão longe de terminar aqui. Vai ser proposto, a partir do primeiro trimestre de 2022, com várias capacidades de bateria, sendo a de 70 kWh a mais pequena e acessível. Ainda assim, será suficiente para anunciar uma autonomia de 500 km, de acordo com o velho sistema NEDC (similar ao chinês), mas que no europeu WLTP deverá ficar ligeiramente abaixo de 400 km.

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Os ET7 mais caros vão montar baterias de 100 kWh e 150 kWh, com autonomias de 700 km (cerca de 530 km em WLTP) e 1000 km em NEDC (aproximadamente 750 km em WLTP). A versão mais potente monta dois motores, um por eixo, que somam 480 kW, ou seja 653 cv. São valores impressionantes que, apesar de ficarem atrás do Model S Plaid que a Tesla vai lançar em 2021, permitem à Nio colocar-se no pelotão da frente no combate à marca norte-americana, em relação à qual os restantes construtores parecem ter dificuldade em responder à altura.

Os sensores e o LiDAR com que a Nio conta para fazer funcionar o sistema de condução autónoma, que irá ser disponibilizado através de um aluguer mensal

A juntar a todos estes argumentos, aquele que já é considerado o Tesla chinês promete ainda um sistema de condução autónoma. Não se sabe qual é o estado de desenvolvimento da anunciada tecnologia, mas a marca revelou que os veículos recorrem a 33 sensores e a quatro chips da Nvidia, além de 11 câmaras de oito megapíxeis, um LiDAR e uma capacidade de computação de 1.016 teraflops. Este sistema, quando estiver disponível, será proposto por 680 yuan, cerca de 77€ por mês.

Na China e antes das ajudas governamentais, o ET7 irá ter a versão mais acessível a ser proposta por 378.000 yuan, cerca de 48.000€, mas sem bateria. Com ela, o valor sobe para 448.000 yuan (57.000€), valores que deverão estar relacionados com a bateria de 70 kWh, uma vez que o custo de uma bateria com esta capacidade deverá explicar o incremento de 10.000€ no preço do veículo com a inclusão do acumulador.

De recordar que a Nio é um dos poucos fabricantes que concebeu um sistema de troca de baterias, em alternativa à recarga, operação que resulta consideravelmente mais rápida. Desconhece-se ainda se esta solução, que já funciona na China, será igualmente utilizada na Europa e nos EUA. Veja aqui como funciona: