O Benfica começou o seu projeto no futebol feminino na 2.ª Divisão mas com plantel de primeiro escalão e com sérias aspirações a sagrar-se campeão. E os primeiros jogos oficiais, entre a primeira fase da Série D e o início da Taça de Portugal, tiveram resultados esmagadores que mostraram bem essa força: à exceção do encontro com a equipa B do Sporting, que terminou com um triunfo por 4-0, todos os compromissos acabaram em goleada com dois dígitos, incluindo uma estreia com 28-0 ao Ponte Frielas. No final da época, além do título da 2.ª Divisão, a equipa encarnada ganhou também a Taça de Portugal, batendo no jogo decisivo o Valadares Gaia por 4-0 no Jamor e ganhou 34 das 36 partidas. Seguia-se a temporada de 2019/20. E a consolidação do projeto.

Com apenas uma eliminatória da Taça de Portugal realizada e com 15 jornadas disputadas, o conjunto liderado por Luís Andrade estava na frente do Campeonato com 14 vitórias e uma derrota, em Alcochete com o Sporting por 3-2, após o triunfo na Luz na quarta jornada por 3-0. Depois, tudo parou. As competições foram “canceladas”, houve a indicação por parte da Federação das águias para a vaga nacional na Liga dos Campeões e o adiamento das duas provas a eliminar do calendário para esta temporada de 2020/21. E é neste ponto que estamos: a 12 de janeiro de 2021, iria chegar ao fim a época de 2019/20, com a realização da final da Taça de Portugal.

Com um plantel consolidado e em crescimento, o Benfica começou a nova temporada com 13 vitórias e um empate na receção ao Sporting, na Série Sul do Campeonato, ganhando também ao PAOK na primeira eliminatória da Liga dos Campeões. Depois, entre meio de novembro e meio de dezembro, teve o período mais complicado da época com um feito histórico à mistura: perdeu o dérbi com as leoas, passou mais uma fase da Champions em ano de estreia batendo o Anderlecht, acabou por ceder nos 16 avos frente a um Chelsea de outro nível (e com a jogadora mais cara de sempre, por exemplo, Pernille Harder). Andrade ainda ganhou fora ao Estoril mas acabaria por sair do comando das encarnadas. Filipa Patão foi a aposta que se seguiu. E logo com troféus em disputa.

Em três jogos no comando do Benfica, Filipa Patão levava outras tantas vitórias e já um troféu. Estreou-se com um triunfo frente ao Futebol Benfica para o Campeonato, ganhou depois a Taça da Liga da última temporada diante do Sp. Braga e derrotou o Clube de Albergaria nos quartos da edição da presente época da Taça da Liga. No total, oito golos marcados e nenhum sofrido. Seguiam-se de novo as arsenalistas, ainda campeãs em título após o triunfo em 2018/19, naquele que seria o quarto encontro das encarnadas em dez dias e onde partiam mais uma vez com um ligeiro favoritismo teórico até pelo histórico de confrontos entre as duas equipas mas desta vez foram as minhotas que levaram a melhor, puxando dos galões para fazer uma exibição muito mais personalizada que contou também com dois lances de inspiração da sul-africana Jermaine para ganhar em Aveiro por 3-1.

Em seis jogos frente ao Benfica, o Sp. Braga tinha ganho apenas o primeiro, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal de 2018/19. Daí para a frente, só derrotas. No Campeonato, na Taça de Portugal, na Taça da Liga. Esta noite, a formação de Miguel Santos superou essa barreira e mostrou que é sempre uma crónica candidata a qualquer título em termos nacionais, sendo superior em todos os aspetos e conquistando um dos troféus que tinha ainda em falta depois do Campeonato em 2018/19 e da Supertaça no início da época de 2019/20.

Com zonas de pressão mais altas e outra capacidade de ganhar segundas bolas, as minhotas não demoraram a colocar-se em vantagem no marcador através de Hannah Keane, avançada que já marcara na Taça da Liga mas num lance anulado e que fez o 1-0 com um grande remate de pé esquerdo na área numa insistência da formação minhota (8′). Andreia Faria ainda teve uma boa oportunidade num lance individual na área (19′), Dolores arriscou também o pontapé de fora após mais uma segunda bola ganha no último terço ofensivo (33′) mas o resultado não mais iria alterar-se até ao intervalo, que chegava com o Benfica a reagir mas sem oportunidades. No segundo tempo, Nycole, que tinha sido a grande figura das encarnadas na final da Taça da Liga, ainda conseguiu empatar de cabeça aproveitando a passividade bracarense na sequência de um lançamento lateral com cruzamento sem pressão (50′) mas Jermaine, jogadora sul-africana contratada esta época ao Betis, decidiu o encontro com dois grandes golos, o primeiro de fora da área ao ângulo (64′) e o segundo com um bom desvio de cabeça (77′).

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