O Governo anunciou esta terça-feira estar em construção a ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, que estará concluída até dezembro de 2023, com o objetivo de “ligar o país” e não apenas as capitais portuguesa e espanhola.
“Queria dizer que a ligação entre Lisboa e Madrid está já a ser construída, está em execução. Prevemos, até final de dezembro de 2023, termos uma ligação entre Lisboa e Madrid em alta velocidade”, disse o ministro das Infraestruturas e Habitação, falando numa audição por videoconferência na comissão de Transportes e Turismo do Parlamento Europeu.
Pedro Nuno Santos referia-se ao corredor internacional Sul, um projeto em execução que da parte portuguesa passa pela construção de uma nova linha entre Elvas e Évora. Essencialmente vocacionada para o transporte de mercadorias de Sines para Espanha e em bitola ibérica, esta ligação permitirá velocidades iguais ou superiores a 250 km/hora. Considerando os troços de alta velocidade que estão a ser construídos do lado de Espanha, permitirá realizar um serviços de passageiros com um tempo de distância de cinco horas entre Lisboa e Madrid
No entanto, não está em causa a retoma do projeto de uma linha toda de alta velocidade Lisboa-Madrid, suspenso em 2011, o qual previa uma velocidade máxima de 350 km/hora para o transporte de passageiros.
Respondendo a questões dos eurodeputados sobre a aposta na ferrovia, o responsável ressalvou, ainda assim que “há mais país para além das capitais e que, por isso, a ligação Lisboa-Madrid não é a única prioridade do Governo português”.
Nós não nos podemos esquecer em nenhum momento é que, quando estamos a fazer novas linhas de alta velocidade, a par da nova ligação entre as capitais, temos também de ligar o nosso território”, insistiu Pedro Nuno Santos.
E, por essa razão, “é que a ligação entre Lisboa e Porto é prioritária para o Governo português e para Portugal”, adiantou o ministro.
A intervenção de Pedro Nuno Santos foi feita nesta audição à distância para apresentação das prioridades da presidência portuguesa da União Europeia (UE), na qual apontou que “o transporte ferroviário também está a sofrer consequências da pandemia”.
Por isso, “temos de o apoiar com a mesma rapidez como fizemos com o setor aéreo”, frisou Pedro Nuno Santos, minutos depois de ter defendido o auxílio estatal à TAP por esta ser a companhia aérea de bandeira do país.