O percurso desportivo do Barcelona, apesar da derrota após prolongamento na final da Supertaça frente ao Athl. Bilbao na semana passada, estabilizou depois de um dos piores arranques da Liga onde perdeu quatro jogos e teve dois empates nos dez primeiros compromissos. E, com a “vingança” frente aos bascos no Campeonato em Camp Nou este domingo (2-1), o conjunto de Ronald Koeman somou o quinto triunfo consecutivo no Campeonato, mantendo dez pontos de atraso em relação ao líder Atl. Madrid numa série de dez partidas seguidas sem derrotas. Até aqui, dentro do “anormal”, tudo certo. No entanto, e cada vez mais, os catalães são notícia pelo que se passa fora de campo e, na antecâmara de um período eleitoral que viu o sufrágio adiado para o início de março, a capa do El Mundo com todos os valores do contrato de Lionel Messi foi outra “bomba” na realidade blaugrana.

Revelado contrato milionário de Messi, numa altura em que Barcelona arrisca a bancarrota

Com cópias do documento que mostram a veracidade do que é referido, o jornal explica que, desde a renovação no ano de 2017 e até hoje, o argentino recebeu do Barcelona cerca de 555 milhões de euros entre salário fixo, direitos de imagem, prémios de assinatura e uma série de valores por objetivos individuais e coletivos. Em relação apenas ao vencimento, são 138.809,404 milhões de euros brutos, cerca de 74 milhões de euros líquidos. Ou seja, dividindo esse valor, 380 mil euros brutos por dia. Ou seja, 15.875 euros por hora. Ou seja, 23.850 euros por 90 minutos. Que, e voltamos às contas, podem ser bem maiores no “bolo” total do contrato: 555 milhões em quatro épocas dão 139 milhões por ano, que dão 381 mil euros por mês, que dão 15.875 por hora, que dão 265 euros por minuto. No final da receção com o Athl. Bilbao, valem a pena? Sim. Na ótica de um investimento e não de um custo.

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Com Pjanic a juntar-se no meio-campo a Frenkie de Jong, Messi jogou na frente mais uma vez com Dembelé, Pedri e Griezmann e foi desde início o grande destaque dos catalães. Na primeira oportunidade, obrigou a Unai Simón a defesa apertada (4′). Na segunda, desviou com o peito pouco ao lado do poste após um remate de Pjanic à entrada da área (14′). À terceira, foi mesmo de vez. E o argentino marcou o 49.º livre direto desde que subiu aos seniores, naquele que foi o 650.º golo pelo Barcelona em todas as competições (456.º apenas na Liga). Depois do autogolo de Jordi Alba a abrir a segunda parte (49′), Griezmann marcou o 2-1 final aos 74′ e Messi terminou como MVP, num jogo onde fez um golo, dois remates enquadrados, quatro passes para golo, 11 dribles e 45 passes em 88 toques. Mais uma exibição em grande daquele que é o jogador com mais Bolas de Ouro do futebol mundial.

Extra jogo, sobraram notícias. E todas relacionadas com a divulgação do contrato de Lionel Messi, claro está, com a promessa de várias batalhas jurídicas a breve prazo perante os processos que serão apresentados em breve.

O jogador argentino vai avançar com um processo contra o jornal El Mundo pela publicação não só da informação constante do contrato de 30 páginas mas também da apresentação de algumas folhas do mesmo. Mas não ficará por aí e os seus advogados prepararam também um processo aos quatro outros elementos que tinham acesso ao contrato assinado em 2017, nomeadamente o antigo presidente Josep Maria Bartomeu, o vice Óscar Grau e o atual líder da Comissão de Gestão do clube, Carles Tusquets, por haver uma cláusula de confidencialidade que foi quebrada. O Barcelona, que reagiu ao sucedido em comunicado, garantiu que não teve qualquer responsabilidade na publicação do vínculo e mostrou-se solidário com o jogador, estando também a preparar aquilo que descreve como “apropriadas ações legais contra o El Mundo por todo o dano causado que possa ter sido causado”.

Também o português Luís Figo, que em 2000 protagonizou uma das maiores e mais polémicas transferências do futebol espanhol e mundial quando trocou o Barcelona pelo Real Madrid, comentou a capa do El Mundo com uma mensagem no Twitter. “Os assessores de Messi merecem uma estátua. A comissão de gestão do Barcelona só pode ser comparada à de Gaspart”, escreveu o antigo extremo, recordando a figura do antigo presidente dos blaugrana entre 2000 (ano da saída do português de Camp Nou) e 2003 após ter sido antes vice-presidente.