As eleições já estão marcadas e o Chega vai a votos para escolher o presidente do partido no próximo dia 6 de março, sendo que inicialmente o partido tinha apontado uma data no fim de fevereiro. Depois de prometer que meteria o lugar à disposição se ficasse atrás de Ana Gomes nas eleições Presidenciais, André Ventura anunciou na noite eleitoral que iria “devolver aos militantes do Chega se querem ou não a continuidade” do seu projeto à frente do partido e os militantes vão às urnas no primeiro sábado de março para o decidir. Até ao momento André Ventura não tem oposição, sendo o único candidato à liderança do partido.

Quatro meses antes da corrida a Belém, Ventura escrevia no Twitter que Ana Gomes ia ser a “pior candidata presidencial de sempre: histérica, obcecada com os seus inimigos de estimação, amiga das minorias que vivem do nosso trabalho”. “Se por acaso ficasse à minha frente demitia-me de líder do Chega. Não vai acontecer!”, acrescentou. Acabou por acontecer, Ana Gomes ficou em segundo lugar, com mais 1,07% do que Ventura, e o presidente do partido fez questão de dizer que não fugia à palavra e que iria ouvir os militantes.

As eleições diretas vão decorrer em todos os distritos do país, mas para que a direção escolhida por André Ventura seja aprovada é preciso ser votada na Convenção Nacional. Devido à pandemia, este ato não tem data marcada e deve acontecer apenas no verão quando a situação pandémica estiver mais controlada. Até lá, o partido continua a ser gerido pela direção demissionária.

Além do presidente do Chega, os militantes vão também eleger os delegados à Convenção Nacional e algumas distritais aproveitam o ato para meter em dia mais eleições, desde a Comissão Política, à mesa distrital, ao Conselho de Jurisdição de cada distrito e ainda a lugares vagos em alguns órgãos locais.

Esta não é a primeira vez que o líder do Chega se demite para se voltar a candidatar. Em abril de 2020, Ventura pôs o lugar à disposição depois de críticas relacionadas com a votação sobre o decreto do estado de emergência e foi reeleito em setembro, com 99% dos votos. Na II Convenção Nacional do Chega, em Évora, Ventura precisou de levar a lista da direção três vezes a votos e só nessa altura viu um ‘sim’ aos nomes que escolheu. André Ventura, que é presidente do Chega desde o dia 30 de junho de 2019, depois de ter sido eleito na I Convenção Nacional, levou o partido ao Parlamento, onde é deputado único, e deu também a cara nas eleições Presidenciais.

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