O diretor nacional da Polícia Nacional de Cabo Verde, Emanuel Moreno, garantiu esta terça-feira que estão criadas as condições para melhorar a investigação criminal no país, com a inauguração da direção central daquela força policial, com sede na Praia.
“A partir de agora, cremos que já estão reunidas as condições elementares para melhorarem ainda mais o score”, afirmou o diretor nacional, dirigindo-se aos elementos da Polícia Nacional que asseguram a investigação criminal, até agora de forma descentralizada.
Mais e melhores ganhos teremos, particularmente no domínio das investigações. Estando a Direção Central de Investigação Criminal instalada e equipada com os meios humanos, técnica e taticamente preparados, enfrentaremos com sucesso as adversidades do dia-a-dia e os casos que à Polícia Nacional forem levados”, disse ainda Emanuel Moreno, destacando, no entanto, a necessidade de reforço de meios.
A nova Direção Central de Investigação Criminal da polícia foi inaugurada esta terça-feira, na Praia, na presença do ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, que destacou a importância da nova unidade.
Primeiro a qualificação e o reforço da investigação criminal no seio da Polícia Nacional, com uma instituição dedicada e uma estrutura de coordenação. E a coordenação é o segundo grande objetivo”, apontou o ministro.
Nós temos esquadras de investigação criminal nas ilhas, temos núcleos de investigação criminal, agora passamos a contar com uma estrutura nacional de coordenação da investigação criminal feita pela Polícia Nacional em todo o país”, acrescentou Paulo Rocha.
Esta nova direção central será também a “estrutura responsável pela articulação direta” da Polícia Nacional com o Ministério Público, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Judiciária.
Os interlocutores estão claros, perfeitamente estabelecidos, o que vai favorecer a articulação e a coordenação entre os diversos atores”, defendeu Paulo Rocha.
A instalação da Direção Central de Investigação Criminal nas antigas instalações da Procuradoria-Geral da República, na Prainha, cidade da Praia, chegou a estar prevista pelo Ministério da Administração Interna para 2020.
Em entrevista anterior à Lusa, o ministro Paulo Rocha recordou que a criação da Direção Central de Investigação Criminal da Polícia Nacional é um processo que arrancou há cerca de três anos, tendo a primeira etapa envolvido a cooperação técnica das autoridades policiais portuguesas, na definição do modelo e estrutura de funcionamento, seguindo-se a criação de todo o quadro legal para o efeito, estrutura orgânica e, mais recentemente, a formação dos agentes.
Neste processo, acrescentou, está prevista a “transição de competências” ainda atribuídas à Polícia Judiciária, na instrução de processos, para a nova direção central da Polícia Nacional, a qual terá três focos: Análise criminal, polícia técnica e coordenação da investigação criminal.
É um desafio grande, em termos de meios humanos, de recursos, de equipamentos, porque é uma estrutura nova”, sublinhou o ministro.
Paulo Rocha garantiu que a Polícia Nacional já faz investigação criminal, embora a principal tarefa passe atualmente por “impedir” que o crime aconteça.
A Polícia Nacional é uma força reativa, quando o crime acontece, investiga”, explicou.