A petrolífera estatal angolana Sonangol anunciou esta terça-feira que convidou 45 entidades para concluir o projeto do terminal oceânico da Barra do Dande, acrescentando que os concursos se mantêm abertos a outras empresas.

Os concursos envolvem a contratação de serviços de engenharia, procurement, construção e comissionamento (EPCC), bem como financiamento do projeto, e fiscalização da empreitada, indicou a Sonangol num comunicado.

Foram convidadas um total de 45 entidades especializadas, nacionais e internacionais, com experiência comprovada na construção e fiscalização de infraestruturas desta natureza”, disse a petrolífera, acrescentando que “de modo a garantir a competitividade, transparência e a identificação da melhor solução técnica e comercial possível”, os concursos estarão abertos até 24 de fevereiro.

O ministro dos Petróleos, Diamantino Pedro, disse, em janeiro, que o memorando de entendimento assinado entre a Sonangol e um xeque do Dubai para o desenvolvimento do terminal não se concretizou, sem especificar as razões, mas garantiu a continuidade do projeto.

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A Sonangol considera importante referir que, apesar de, nesta fase, as atividades inerentes ao relançamento do projeto, em geral, e as previstas para a realização destes concursos, em particular, estarem a ser conduzidas inteiramente pela companhia, mantém-se a visão de a sua implementação ser assente na constituição de uma joint venture”, salientou a empresa

O memorando de entendimento com a petrolífera angolana Sonangol para a construção de uma base logística de armazenamento de derivados do petróleo na Barra do Dande tinha sido assinado em 7 de novembro de 2019, num investimento estimado em 600 milhões de dólares (541,6 milhões de euros).

Na altura, o xeque Ahmed Dalmook Al-Maktoum salientou que “o país tem grande potencial” e manifestou a vontade de se envolver em mais projetos.

O projeto de armazenamento de produtos petrolíferos, visto como estratégico, foi iniciado em 2014 e interrompido em 2016, por força do contexto económico que o país e a empresa viviam nesse período.

A construção da infraestrutura estava anteriormente estimada em 1.500 milhões de dólares (1.240 milhões de euros) e iria ser desenvolvida pela Atlantic Ventures, uma empresa associada a Isabel dos Santos, filha do antigo presidente angolano José Eduardo dos Santos, que viu o contrato ser revogado em 2018 e avançou, na altura, com um processo contra o Estado angolano.

Na altura do anúncio, a calendarização apontava para que a estrutura estivesse operacional no primeiro semestre de 2022 e o início das obras estava previsto para 2020.

Segundo o comunicado da Sonangol, o terminal “irá contribuir para o aumento da capacidade de armazenamento nacional em terra, dotando o país de infraestruturas de grande porte capazes de assegurar uma robusta reserva estratégica e de segurança nacional, e melhorar a logística de distribuição de produtos refinados para o interior do país”.

A infraestrutura estará localizada na futura zona franca da Barra do Dande tendo capacidade de, na sua primeira fase, armazenar 580.000 metros cúbicos para gasolina, gasóleo e LPG (gás liquefeito de petróleo).