O Observatório Cidadão Covid-19 da Nicarágua, uma estrutura independente, informou este sábado ter registo de que morreram 2.970 pessoas no país com sintomas do coronavírus ou de pneumonia, incluindo nove na última semana.
A entidade, uma rede de médicos e voluntários de todo o país da América Central, também reportou 12.995 casos suspeitos da doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 na quarta-feira, um número superior aos registos oficiais do Ministério da Saúde da Nicarágua, segundo a agência Efe. Até terça-feira, as autoridades de saúde contabilizavam 6.418 casos confirmados e 172 mortos.
O Governo da Nicarágua, presidido pelo sandinista Daniel Ortega, não precisou o número de testes realizados, e apenas informa o número de casos confirmados, as mortes e os recuperados. O observatório independente indicou que 876 trabalhadores do setor da saúde registaram sintomas associados à covid-19, e que entre eles se contabilizam 115 que faleceram.
No relatório, a estrutura independente também contou 2.710 irregularidades, incluindo sete relacionadas com a exposição de pessoas em aglomerados, informação pública insuficiente sobre a covid-19 e resposta inadequada por parte do Ministério da Saúde.
O país da América Central já autorizou o uso da vacina Sputnik V, da Rússia, e da Covishield, da Índia, como método para a enfrentar a pandemia.
De acordo com o Governo da Nicarágua, o país conta com 107 milhões de dólares (cerca de 88 milhões de euros) para comprar as vacinas, e as autoridades asseguraram que, com o apoio do programa Covax da Organização Mundial de Saúde (OMS), conseguirão doses para os 6,5 milhões de habitantes do país.
O executivo nicaraguense foi criticado por vários setores por promover eventos massivos e aglomerações de pessoas, contra as recomendações da OMS e Organização Panamericana de Saúde (OPS), e por ter mantido as aulas presenciais.
O presidente Daniel Ortega declarou-se contra a campanha “Fica em Casa”, porque defende que destruiria a economia local, que contrai desde 2018 e é maioritariamente informal.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.453.070 mortos no mundo, resultantes de mais de 110,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.