A Organização Internacional das Migrações (OIM) alertou esta quarta-feira para a situação de “congestionamento” de centros de acomodação que acolhem famílias desalojadas pelas intempéries em Moçambique. “Em alguns centros de acomodação, como no Buzi, chega a haver 10 pessoas a partilhar o mesmo abrigo”, lê-se num relatório da OIM.

No princípio do mês havia 34 mil pessoas hospedadas em 36 centros de alojamento temporário devido à falta de condições nas áreas de residência, depois da tempestade Chalane, no final de 2020, e do ciclone Eloise, em janeiro. As áreas de acomodação “mostram congestionamento, falta de condições sanitárias e falta de medidas preventivas da Covid-19”.

Os desastres naturais dos últimos meses afetaram profundamente o centro e sul de Moçambique, nas províncias de Sofala, Manica, parte sul da Zambézia, Inhambane e Gaza. De acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), 440.000 pessoas foram afetadas e mais de 56.000 casas foram severamente danificadas ou destruídas.

A OIM lançou um apelo de 9,4 milhões de dólares (7,7 milhões de euros) para apoiar os desalojados até setembro. Os objetivos passam por um “retorno seguro e digno” dos habitantes à medida que houver condições nos seus locais de origem ou atribuindo-lhes outras zonas de reassentamento.

Oito novos locais de reassentamento “foram identificados para famílias cujas condições de retorno não sejam adequados”, tendo em conta também a proteção contra futuras tempestades. “Com a estação das chuvas em pleno vigor e mais tempestades previstas, é preciso dar atenção urgente à necessidade de construir de forma resiliente face ao clima e estabelecer reassentamentos seguros, duráveis e adaptados”, conclui a OIM.

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