As mais recentes projeções do projeto português Covid Insights, desenvolvido através de uma parceria entre a COTEC Portugal e a NOVA Information Management School (IMS) da Universidade Nova de Lisboa, apontam que estarão reunidas as condições para começar a desconfinar no final da primeira quinzena de março.
Segundo o modelo da plataforma, cujos quadros e gráficos estão disponíveis no Observador desde junho de 2020, a 14 de março o número de novos casos diários irá aproximar-se de 140 e o total de internados deverá rondar os 1.400. Não é expectável que o número de internados nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) seja superior a 240. Em comunicado de imprensa enviado às redações, a Covid Insights estima ainda que a taxa de reprodução, Rt, seja inferior a 0.7, “podendo descer abaixo de 0.6 a partir do início de março, o que indicia que a incidência continuará em fase descendente”.
As previsões para o dia 14 de março estão abaixo daqueles que são os três principais critérios de segurança para um eventual desconfinamento: a “incidência abaixo dos 366 casos diários, a que correspondem 50 casos acumulados, em 14 dias, por 100.000 habitantes”; as “hospitalizações abaixo de 1.500, ou seja, 85% da capacidade instalada idealmente alocada a internamentos Covid-19” e “internamentos em UCI abaixo dos 242 casos – 85% da capacidade instalada idealmente alocada a internamentos Covid-19”.
Pedro Simões Coelho, presidente do Conselho Científico da NOVA IMS e coordenador deste projeto, afirma que, a meio do mês, o país terá atingido “os patamares de segurança que nos permitem começar a levantar as restrições à mobilidade dos cidadãos”. No entanto, lembra que o desconfinamento terá de ser progressivo, começando pelas atividades de menor risco.
Apesar das previsões, Pedro Simões Coelho enfatiza que “é aceite que os níveis mais baixos de ensino, como o pré-escolar ou até o 1º ciclo, tendem a evidenciar menores riscos pelas classes etárias envolvidas e padrões de mobilidade, pelo que a sua reabertura parece ser possível ainda durante a segunda semana de março”. Acrescenta ainda que os ciclos seguintes “poderão ser retomados, progressivamente, com espaçamentos de 15 dias entre si” e que o mesmo princípio poderá ser aplicado “à reabertura progressiva das atividades económicas”.
A plataforma disponibiliza ainda previsões de desemprego, sendo que essa taxa possa ultrapassar os 8% em junho (mais de 60 concelhos a nível nacional poderão ultrapassar os 10%, sendo que aqueles na região ao Algarve poderão ir além dos 15%).