O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge identificou em fevereiro “mais três casos da variante 501Y.V3 (P.1)”, a variante brasileira descoberta em Manaus o que, afirma o INSA, “sugere que esta variante apresenta uma circulação limitada em Portugal”.
Os três novos casos identificados, que não estarão ligados à cadeia de transmissão identificada em primeiro lugar e na qual sete pessoas foram infetadas, representam 0,4% da amostragem de fevereiro (1085 sequências). A informação consta do relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 publicado pelo INSA esta quarta-feira.
Já a variante P.2, que também foi detetada pela primeira vez no Brasil e que está associada a casos de reinfeção, foram identificados mais 10 casos durante o mês de fevereiro, aumentando o total para 15 casos confirmados em Portugal.
Segundo o INSA durante o mês de fevereiro foram analisadas mais 1085 sequências, incluindo 861 que foram recolhidas em laboratórios de 17 distritos de Portugal Continental, Açores e Madeira. Além dos novos casos da variante brasileira é também notório o grande crescimento da variante do Reino Unido, mesmo com todas as medidas de confinamento em vigor.
Variante do Reino Unido detetada em 58,2% das amostras de fevereiro. Em janeiro foi detetada em 16%
“Entre as novas sequências analisadas, a variante associada ao Reino Unido foi detetada por sequenciação com uma frequência relativa de 58.2% na amostragem nacional de fevereiro, mostrando um grande incremento relativamente à frequência de 16.0% observada em janeiro”, pode ler-se no relatório.
Já a variante associada à África do Sul foi detetada apenas uma vez entre as “861 sequências da amostragem nacional de fevereiro”, o que indica que a “circulação desta variante é ainda limitada em Portugal”. No total, foram detetados apenas cinco casos desta variante.
A variante da “prima” da californiana — L452R — que agora se designa C.16, foi identificada com uma frequência relativa de 5,1% no mês de fevereiro (em janeiro era de 6,3%) o que leva o INSA a afirmar que há “uma estabilização da sua frequência relativamente à amostragem”. É uma variante que “mantém uma ampla dispersão nacional” já que foi identificada em 45 concelhos que se distribuem por 11 distritos de Portugal Continental além das regiões Autónomas dos Açores e Madeira.
No último relatório (referente a janeiro) esta variante tinha sido detetada em 32 concelhos e, em novembro, estava apenas em “dois ou três concelhos” segundo João Paulo Gomes, do Instituto Nacional Ricardo Jorge.