A bitcoin continua a atingir novos máximos absolutos no seu preço, mas o impacto ambiental da criptomoeda também é cada vez mais significativo. Para efeitos de comparação, escreve esta quarta-feira o Jornal de Negócios, em 2019 Portugal inteiro gastou, em termos de energia, apenas um terço do que se gastou com a produção desta moeda virtual.

Os números citados pelo jornal são apresentados pelo Centro de Finanças Alternativas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e comparados com a contabilização que a Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos faz sobre a energia gasta por cada país. Assim, conclui-se que em 2019 a produção da bitcoin gastou 130 terawatts por hora – praticamente o mesmo que os 131 usados por toda a Suécia e o triplo dos 48 terawatts gastos em Portugal no mesmo ano.

Segundo os especialistas ouvidos pelo jornal, e embora com o crescimento da moeda – que levou a que houvesse cada vez mais ‘produtores’ de bitcoin – seja cada vez mais difícil tornar o desenvolvimento sustentável um objetivo, a pegada ambiental poderá ser reduzida no futuro, recorrendo, por exemplo, a centrais de energia renovável que não consumam toda a sua produção.

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Por enquanto, o foco parece estar no crescimento da moeda e na euforia que ela está a provocar junto dos investidores, enquanto atinge novos máximos históricos. Se, em 2020, a bitcoin subiu 305,07%, já este ano registou um novo salto com a notícia de que a Tesla de Elon Musk comprara 1,5 mil milhões de dólares em bitcoin, como parte da sua estratégia. Depois, em fevereiro, a moeda deu novo salto e atingiu um recorde absoluto, chegando aos 58 mil dólares.

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Por entre essa euforia, o Banco de Portugal vai lançando alertas: este mês, a instituição liderada por Mário Centeno veio reforçar os avisos quanto ao “risco” associado ao investimento e comercialização de bitcoins, dada a “volatilidade” da moeda, e à pouca “transparência” na formação dos seus preços. O regulador frisa que não existe atualmente “qualquer proteção legal que garanta direitos de reembolso ao consumidor que utilize ativos virtuais para fazer pagamentos”, uma vez que estes “ativos virtuais não são garantidos pelo Banco de Portugal ou por qualquer autoridade nacional ou europeia”.