José Pereira, presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), reagiu pela primeira vez à polémica que envolve Rúben Amorim e a acusação de fraude na inscrição do técnico pelo Sporting entendida pela Comissão de Inquérito da Liga e que será agora julgada pelo Conselho de Disciplina da Federação na sequência de uma queixa apresentada pela ANTF, que no dia em que o caso se tornou público não quis comentar.
Num artigo de opinião no jornal Record, onde nunca é feita qualquer alusão ao nome de Rúben Amorim em específico, José Pereira mostra-se surpreendido por apenas o caso do treinador do Sporting ter ganho enorme espaço mediático mas defendeu em resumo que as regras são para cumprir, dando mesmo um exemplo prático da sua vida por altura do 25 de Abril. Pelo meio, o responsável volta a falar em “clara violação da lei”.
“Quem regulamenta, em conformidade com a lei, é a FPF e o IPDJ que esclarecem as competências profissionais que o título respetivo confere aos titulares de grau I, II, III e IV, em termos que não se encontravam devidamente regulados, passando a prever um regime sancionatório aos infratores. Às associações de classe compete participar todos os factos que cheguem ao seu conhecimento e que configurem, ou possam configurar, clara violação da lei (…) Estranha-se que só num caso entre dezenas de situações similares, objeto igual de participação, tenha tido um inusitado mediatismo e suscitado comentários e acusações injustos e descabidos. Fui furriel do 25 de Abril, não me consta que, quer na altura, quer agora, que com esse posto pudesse comandar uma companhia”, defendeu.
No mesmo artigo, José Pereira dá também os parabéns a dois treinadores portugueses: Sérgio Conceição, pela passagem do FC Porto aos quartos da Champions frente à Juventus apesar da derrota por 3-2 em Turim, e Abel Ferreira, que conquistou a Taça do Brasil pelo Palmeiras depois de ter ganho também a Taça dos Libertadores.
Rúben Amorim também comentou esta sexta-feira, curiosamente no dia em que foi eleito pelos treinadores da Primeira Liga o melhor técnico do mês de fevereiro, a polémica que o envolve, relativizando, em seu nome e do clube, uma possível suspensão de atividade de um a seis anos conforme o quadro legal proposto.
“Não houve incumprimento? Posso garantir isso. Estou de consciência tranquila, o Sporting também e não tememos nada. A minha preocupação foi igual a quando saiu a acusação ao Palhinha. Perguntei aos advogados se podia estar contra no jogo contra o Tondela, disseram que sim e o foco está no próximo jogo. Não tenho qualquer receio sobre isto, já passei por isto numa altura mais difícil da vida, sem esta ajuda. Na primeira vez que me aconteceu isto o Casa Pia subiu à Segunda Liga, pode ser bom pronúncio. Já aconteceu com outros colegas, houve outros que não tiveram qualquer problema, mas temos gente a tratar destes assuntos mesmo em relação a jogadores nossos que levaram outros processos. A resposta a tudo isso é ganhar ao Tondela”, destacou.