O primeiro-ministro lembrou esta terça-feira que está a ser vacinado com a AstraZeneca, estando a aguardar “com ansiedade” a segunda dose, agendada para o mês de maio. E passou uma mensagem de tranquilidade: “Toda a evidência científica demonstra que esta é uma vacina segura e que é uma vacina efetiva”. António Costa diz ter a convicção de que “tudo se vai esclarecer” e que “faz sentido suspender durante três ou quatro dias para que, depois, o processo possa decorrer.”

Depois do anúncio da suspensão feito pelas autoridades de saúde portuguesas na segunda-feira, o primeiro-ministro afirmou que estas suspensões, também decididas noutros países, “são meramente provisórias”, recordando que a Organização Mundial de Saúde está a fazer uma reavaliação dos dados conhecidos, bem como a Agência Europeia do Medicamento (EMA). “Ainda hoje a OMS está a fazer uma reapreciação dos dados fornecidos, a EMA vai-se pronunciar ate ao final da semana. É uma mera precaução.”

Dirigindo-se a todos os portugueses que já tomaram a primeira dose desta vacina, Costa pede para estarem “tranquilos e confiantes” — já para os que ainda aguardam iniciar o seu processo de vacinação, pede “um pouco mais de calma”. O primeiro-ministro sublinha que “todos os dados científicos” comprovam a qualidade desta vacina, bem como a sua segurança e eficácia, prevendo que esta interrupção seja breve e que o país possa retomar normalmente o plano de vacinação.

Após o lançamento do concurso público de uma nova ponte sobre o Douro e a adjudicação das obras que permitem a construção de uma nova linha (Rosa) de metro no Porto, bem como a extensão de uma outra (Amarela), António Costa recorda como, há quase um ano, a 12 de março, o Governo tomou simultaneamente a decisão de “confinar o país, mas, ao mesmo tempo, criar as condições para que este novo concurso fosse aberto”.

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Numa cerimónia que contou com a presença de Matos Fernandes, Ministro do Ambiente, Rui Moreira, autarca do Porto, e Eduardo Vítor Rodrigues, autarca de Vila Nova de Gaia, o primeiro-ministro referiu que havia então, como existe hoje, uma “mensagem fundamental” a transmitir aos portugueses: “Estamos a viver momentos terríveis que nunca ninguém sonhou nos piores pesadelos poder viver. Hoje estamos melhor do que estávamos há dois meses, mas ainda hoje há pessoas a falecer da Covid-19. Ainda há pessoas que hoje lutam pela sua vida nas UCI. Ainda hoje há em todos os hospitais profissionais de saúde a dar o seu melhor”, acrescentou, adiantando que o vírus não desapareceu. “Ainda não estamos todos vacinados, ainda levará muito tempo para ultrapassar esta batalha.”

Acreditando que “há um amanhã e um depois da Covid-19”, António Costa salienta que, ao contrário da anterior crise, “onde a resposta foi cortar no investimento público”, nesta crise, a resposta é “aumentar o investimento público”. Para isso, o chefe do Governo alerta que é preciso usar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com “inteligência” e centrá-lo em dois grandes desafios futuros: a transição digital e o combate às alterações climáticas. “O PRR não é feito sem as autarquias”, garante Costa, deixando a certeza de que o dinheiro “não é para o Estado gastar consigo próprio, é para o Estado gastar com o país”. “Quanto mais descentralizarmos, mais e melhor conseguimos fazer em conjunto”, rematou.