O Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), que tem sede no Hospital de Santa Maria da Feira, anunciou esta terça-feira que está de regresso à “normalidade” por já ter recuperado 86% das cirurgias canceladas devido à Covid-19.

Gerindo também os hospitais de Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, essa entidade do distrito de Aveiro revela que, “das 1.940 cirurgias que tiveram que ser canceladas desde março de 2020 devido à pandemia, o CHEDV já conseguiu realizar 1.667”. As restantes 273 cirurgias, por serem de caráter não-urgente, foram “reagendadas para os próximos dois meses”.

Dizendo-se “muito empenhado” nessa estratégia de recuperação, o presidente do conselho de administração do CHEDV, Miguel Paiva, declara: “O esforço de salvar vidas no contexto da Covid-19 obrigou-nos a concentrar esforços nesses doentes, o que limitou a capacidade de resposta a outros, com maior prejuízo para os que aguardavam cirurgia. É hora de recuperar essa atividade e acreditamos que o conseguiremos fazer até ao final de junho”. Durante o período mais intenso de resposta à pandemia, as especialidades mais afetadas pelo atraso acumulado na atividade dos blocos operatórios foram Ortopedia, no contexto da cirurgia convencional, e Oftalmologia, no âmbito da de ambulatório.

Já a Consulta Externa foi menos afetada pela pandemia, tendo-se até verificado “uma redução da lista e dos tempos de espera”.

Miguel Paiva realça que, “neste momento, a lista de espera para consultas referenciadas pela rede de cuidados de saúde primários tem 5.765 marcações”, 89% das quais “dentro do tempo máximo de resposta garantido”, parâmetro esse que também “tem melhorado”.

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Igualmente positiva, segundo o administrador do CHEDV, foi a resposta aos casos que exigiram cirurgia urgente ou oncológica: “No ano de 2020, mesmo com a pandemia, realizámos um total de 13.511 cirurgias, o que só representou menos 1.232 face a 2019, quando ainda não havia Covid”.

O administrador dos Hospitais da Feira, Oliveira de Azeméis e São João da Madeira defende, por isso, que o CHEDV está agora “num ritmo de trabalho próximo daquele que se verificava antes da pandemia“, o que não invalida que essas três unidades mantenham “disponíveis e preparados todos os meios do Plano de Contingência contra a Covid-19”.

Segundo a agência noticiosa francesa AFP, desde a descoberta do vírus SARS-CoV-2, em dezembro de 2019, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 2,6 milhões de mortes em todo o mundo, na sequência de 120,6 milhões de casos de infeção.

Em Portugal, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, a doença já causou 16.722 óbitos entre 815.570 infeções confirmadas.