Apesar de o ano ter sido marcado pela pandemia e pela consequente crise económica, o número de crianças e jovens que recebem abono de família caiu a pique em 2020. Segundo o “Jornal de Notícias”, a queda foi de quase 52 mil beneficiários, o que significa que é a maior desde os tempos da troika em Portugal.
Na notícia que faz manchete da edição desta segunda-feira, o jornal escreve que a demografia, as dificuldades no acesso à prestação e até a dificuldade em aceder aos próprios serviços da Segurança Social poderão ajudar a explicar esta tendência, que levou a que em janeiro de 2021 o número de beneficiários tenha caído para 1.030.185 crianças e jovens (em março de 2020 eram 1.081.956).
Embora seja habitual que se registe uma quebra nos números no início do ano, dado que nascem menos crianças e que a prova dos rendimentos e da composição do agregado familiar é feita no final do ano anterior — podendo ainda esperar-se que haja alguma correção desses dados, e portanto uma regularização nos apoios, nos próximos meses —, a diminuição registada nestes meses atira o número de beneficiários para um valor ainda mais baixo do que nos tempos da troika, que retirou dois escalões do abono.
Neste momento, existem três escalões que podem receber este apoio, destinado a compensar as despesas para o sustento e educação de crianças e jovens até aos 24 anos (dos 16 aos 24, é obrigatório que frequentem níveis de ensino específicos para manterem o direito ao apoio). Em 2020, as famílias tinham de apresentar um rendimento de referência — a soma do total de rendimentos de cada elemento do agregado a dividir pelo número de crianças e jovens com direito ao abono de família, nesse agregado, acrescido de um — até 9.150,96 euros, para entrarem no 3º escalão, ou até/mais de 15.251,60 euros, caso dos quarto e quinto escalões.