O Banco de Portugal revelou esta quinta-feira que a dívida pública ficou em fevereiro nos 274,1 mil milhões de euros, mais 4,2 mil milhões de euros face ao mês anterior. Uma subida que reflete essencialmente emissões de títulos de dívida e que levam, em termos nominais, a dívida pública para um novo recorde.
Por outro lado, parte desse dinheiro serviu, até ver, para reforçar a “almofada” do Estado — os depósitos das administrações públicas aumentaram 2 mil milhões de euros. A dívida pública líquida de depósitos aumentou, por isso, 2,2 mil milhões de euros em relação ao mês anterior, para 248,8 mil milhões de euros.
No entanto, estes valores, por si só, não dizem tudo sobre a situação da dívida pública, que é medida em função da riqueza produzida pelo país (o PIB). Para já, os últimos dados, relativos a 2020, indicam que a dívida disparou de 116,8% para 133,6% do PIB, um valor máximo.
Para 2021, na previsão feita no último Orçamento do Estado, o Governo ainda espera uma redução para 130,9%, embora deva fazer ajustamentos quando entregar agora em abril o Programa de Estabilidade. Já o Conselho das Finanças Públicas, que atualizou as projeções esta quarta-feira, antevê uma dívida de 131,5% este ano, esperando que só em 2025 o Estado consiga baixar para níveis pré-pandemia (2019).