Uma das novidades no MotoGP da presente temporada é a realização de um documentário com todos os bastidores do Mundial à semelhança do que acontece já na Netflix com a Fórmula 1 (“Drive to Survive”) mas com a produção da Amazon. A maioria dos pilotos concorda, um ou outro até delira com a ideia e também há quem acrescente um “mas” ao projeto, como é o caso de Miguel Oliveira – mesmo achando que segue a evolução dos tempos.

Miguel Oliveira faz segundo melhor resultado de uma KTM no Qatar e começa Mundial de 2021 com 13.º lugar

“Creio que haverá sempre limites daquilo que podem ou não filmar e todas as equipas terão a sua própria forma de lidar com as coisas. Se é demasiado, é demasiado. Creio que nada será divulgado sem a aprovação prévia. Não creio que a Dorna possa forçar-me a mostrar-me a chorar, por exemplo. É apenas um exemplo, pois não tenho problemas em chorar em público, mas, por exemplo, quando no calor do momento dizes algo bastante duro que não é muito inteligente da tua parte. Tens de pensar bem as coisas. Faz parte dos tempos atuais, tens de te mostrar ao Mundo e a Fórmula 1 criou um excelente hype com tudo o que acontece nos bastidores. Creio que, enquanto pilotos, podemos beneficiar bastante com este formato”, comentou o português, citado pela Speedweek.

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A série ainda irá demorar mas não seria difícil imaginar a reação do piloto de Almada após a primeira prova do ano no Qatar, ao terminar na 13.ª posição depois de ter conseguido recuperar de uma qualificação que deixou muito a desejar mas de sofrer na segunda metade da corrida com os pneus. “As condições foram um pouco mais difíceis e isso não jogou a favor de ninguém. Da nossa parte era difícil gerir o desgaste do pneu dianteiro, na parte direita, e após dez voltas já não me restava qualquer borracha desse lado. Quando conseguimos usar um pneu duro à frente somos competitivos, como se viu nos treinos livres 3 e 4, mas quando somos obrigados a usar o pneu macio pela temperatura, simplesmente torna-se impossível de gerir qualquer desgaste”, lamentou Miguel Oliveira.

Miguel Oliveira termina treinos livres do GP de Doha na 11.ª posição

Também por isso, e tendo em conta o objetivo de fazer no Grande Prémio de Doha melhor do que na prova inicial, a qualificação ganhava outro peso, com as primeiras indicações a serem positivas e a quase colocarem de forma direta o piloto da KTM na Q2 ao fazer o 11.º melhor registo na segunda sessão de treinos livres esta sexta-feira, após o 15.º lugar da primeira sessão disputada mais cedo e com temperaturas mais quentes, atrás das Ducati, das Yamaha (menos Valentino Rossi) e de três outros intrusos como foram Aleix Espargaró, Alex Rins e Stefan Bradl.

Teve uma ponta grande de emoção no último minuto mas Miguel Oliveira confirmou as boas indicações na Q1, conseguindo na última volta lançada o segundo melhor registo que deu acesso à Q2 e melhorando logo aí o registo que tinha feito no último fim de semana, onde não passou da 15.ª melhor posição, depois de largos minutos em que Brad Binder e Danilo Petrucci estiveram em lugares de apuramento. Na Q2, o português acabou por não completar nenhuma volta na primeira saída para a pista, regressou a cinco minutos do final mas não conseguiu baixar do 1.55, saindo para o Grande Prémio de Doha na quarta linha da grelha com o 12.º melhor registo. Na frente, Jorge Martín conseguiu surpreender a concorrência direta e conseguiu a pole position, ficando à frente de Johann Zarco  e Maverick Viñales. Olhando para as restantes posições, dominadas de novo por Ducati e Yamaha com as Suzuki de Rins e Mir em oitavo e nono, destaque para a sétima posição da Aprilia de Aleix Espargaró (sétimo).