As empresas tecnológicas começam a tornar óbvio o seu desejo de entrar na indústria automóvel. Não para produzir modelos que possam concorrer com os melhores eléctricos do mercado, mas para conceber, dentro de um a dois anos, os veículos do futuro. Modelos obviamente eléctricos e a bateria, mas inteligentes e capazes de usufruir de toda a tecnologia que desenvolveram para os seus smartphones.
A Apple fez a primeira jogada, mas corre o risco de ser ultrapassada pela rival chinesa Xiaomi que, ao contrário da tecnológica americana, já tem um construtor contratado para fabricar o seu primeiro veículo, algo que a rival Apple ainda não conseguiu. De acordo com a Reuters, a Xiaomi estabeleceu um acordo com os também chineses da Great Wall, com capacidade para fabricar o que quer que os seus conterrâneos dos produtos electrónicos queiram produzir, independentemente da quantidade.
A Xiaomi é liderada pelo CEO Lei Jun, que também é fundador da empresa que produz smartphones, tablets, aspiradores e até trotinetas eléctricas. A sua paixão por automóveis eléctricos vem de longe, com o responsável máximo pelo gigante chinês a confessar o seu apreço pela Tesla e Elon Musk, ele que adquiriu um Model S logo em 2013, pouco depois de ter sido lançado e até exibiu uma foto com o CEO da Tesla.
Contudo, há grandes diferenças entre os objectivos da Apple e da Xiaomi, em termos de automóveis. A Apple quer um carro, prático e irreverente, em linha com os outros produtos da marca, onde possa incluir toda a sua tecnologia, da conectividade aos serviços, passando pela integração veículo, telemóvel e casa. Os americanos pretendem ainda aplicar no Apple Car os alegados conhecimentos que possuem em baterias, mas sobretudo o sistema de condução autónoma que desenvolvem há anos, de forma a alimentar a indústria do car-sharing e dos táxis robotizados, mais do que os clientes privados.
Já à Xiaomi não se conhecem investimentos na área das baterias e, muito menos, na tecnologia dos carros sem condutor, pelo que o gigante chinês terá de se concentrar no veículo e no potencial da sua internet móvel. O fabricante oriental de material electrónico espera lançar no mercado o seu veículo o mais tardar em 2023. Se é fluente em chinês, acompanhe aqui a apresentação de Lei Jun: