A LG, uma empresa de tecnologia sul-coreana especializada em eletrodomésticos, gadgets e smartphones, anunciou esta segunda-feira que vai sair do mercado de telemóveis. “Decidimos encerrar o negócio de mobile para explorar e desenvolver uma nova competitividade futura”, diz a empresa num comunicado em português.

É com tristeza que partilhamos esta notícia com os nossos clientes que ao longo de todos estes anos nos mostraram confiança e deram apoio. É necessário perceber que apesar de ter sido uma decisão difícil, a mesma foi inevitável, a fim de se acompanhar as mudanças da indústria e nos podermos focar no fornecimento de tecnologias futuras”, diz a LG.

Em resposta ao Observador, a LG afirma que “os colaboradores da LG Portugal diretamente ligados ao negócio de Mobile serão realocados internamente de acordo com as suas funções”.

Num comunicado internacional, a LG afirma que a decisão foi tomada esta segunda-feira pelo conselho de administração da empresa. “A decisão estratégica da LG de sair do setor incrivelmente competitivo de telemóveis permitirá que a empresa concentre recursos em áreas de crescimento, como componentes de veículos elétricos, dispositivos conectados, casas inteligentes, robótica, inteligência artificial e soluções para negócios, bem como plataformas e serviços”, adianta a sul-coreana.

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Para já, os smartphones da LG continuarão à venda. De acordo com a empresa, este encerramento vai ser “concluído até 31 de julho, embora o inventário de alguns modelos existentes ainda possa estar disponível depois disso”. A empresa refere também que “os produtos LG Mobile estarão disponíveis por um período de tempo limitado, dependendo da situação de fornecimento de cada país”.

A marca sul-coreana garante que os consumidores que tenham adquirido um dispositivo da marcam vão continuar a ter “Apoio ao Cliente Final”, isto “de acordo com a legislação em vigor para evitar constrangimentos para o cliente”.  Em resposta ao Observador, a LG adianta: “Isto é, o período de garantia prolonga-se por dois anos desde a data de aquisição do equipamento”. Além disso,

Estamos a salvaguardar peças de reposição por forma a evitar constrangimentos para o cliente. Os utilizadores poderão comprar acessórios de Mobile (baterias, carregadores, cabos de alimentação, auriculares, etc.) através dos meios e canais existentes e durante o período de tempo de vida útil dos produtos. Contudo, o fornecimento poderá ser limitado tendo em consideração o stock do fornecedor”, diz a LG.

Quanto a atualizações de software utilizado pelo sistema operativo dos smartphones da LG, o Android (da Google), a empresa diz: “a atualização do sistema operativo para Android 11 [a versão mais recente] está atualmente em andamento para modelos selecionados, e a atualização do sistema operacional para Android 12 [a próxima versão confirmada] será implementada com base nos mesmos critérios e processo”.

Os relatos de que a LG ia deixar de investir no mercado dos smartphones não são novos. Contudo, a empresa tinha sempre negado que isto fosse acontecer. Ainda no início deste ano, esses rumores foram avançados por jornais como o The Verge.

Telemóveis: o que é melhor, dois ecrãs ou um ecrã dobrável?

Neste mercado, a LG competia com marcas como a Samsung ou a Apple. Uma das características da LG era oferecer produtos diferentes das tendências no mercado. Apesar de ter smartphones topo de gama com câmaras fotográficas com especificações bastante elevadas e baterias com grande autonomia, a empresa vende também capas que permitem ao smartphone ter dois ecrãs — tendo começado esta venda numa altura em que apareceram os ecrãs dobráveis.

Agora, a LG junta-se a marcas como a Nokia ou a Blackberry, que deixaram de vender telemóveis. Contudo, ao contrário do que aconteceu com estas duas marcas, não se sabe se uma empresa terceira — no caso da Nokia e da Blackberry, a HMD e a TCL, respetivamente — vai ressuscitar a marca de smartphones.