O governo da região de Castela e Leão, em Espanha, ordenou a suspensão da vacinação com doses da AstraZeneca até que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) voltasse a falar sobre o tema, após mais casos de alegados problemas associados à toma desta vacina. A notícia da suspensão chegou quando milhares de pessoas aguardavam nos centros de vacinação.
“Pare a vacinação!” Uma das enfermeiras que estava no Centro Cultural Miguel Delibes, em Valladolid, contou ao El País que as ordens vieram da coordenadora local quando se preparavam para começar a vacinação diária. “Íamos começar a vacinar, estávamos quase em posição e, de repente, disseram-nos ‘pare, pare, pare'”, recorda.
A profissional de saúde fala num sentimento de confusão, da existência de muitas dúvidas e lembra que muitos cidadãos “tiveram de aceitar” e ir embora no momento da suspensão. “Todos os dias que vacinamos com AstraZeneca há comentários e questões sobre a vacina que estão a receber, sobre tromboses”, referiu a enfermeira, ao explicar que há “pouco tempo para falar com os utentes”. “Tentamos dar-lhes informações corretas e fazer com que escolham livremente, mas há pessoas que ficam com medo e vão embora”, acrescenta.
Ao El País, o provedor de saúde disse estar “indignado” com a forma “como as coisas são feitas”, com aquilo que se tem dito e com a forma como se dão as informações. Para a enfermeira em causa, este tipo de situações “causa medo”. “Veremos se as pessoas que foram expulsas hoje vêm amanhã para se vacinar”, aponta.
A ministra da Saúde, Verónica Casado, concordou e apoiou a suspensão da vacinação tendo em conta as informações de uma “possível mudança de decisão da EMA para priorizar a segurança do paciente”. Apesar de referir que “os efeitos adversos são mínimos”, até que haja mais informações a governante disse é preciso “ser cautelosos”. Perante a situação, Verónica Casado pediu desculpa pelo transtorno causado.
Opinião oposta tem a vice-presidente do Governo espanhol, Carmen Calvo, que recordou que os critérios sobre a vacinação são tomadas autoridades de saúde e “não por nenhuma comunidade autónoma”.