909kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

Gerd Leonhard: “Estou muito entusiasmado com o 5G”

Este artigo tem mais de 3 anos

O conhecido futurista alemão acredita que “a lista de oportunidades do 5G tem milhas de comprimento” e que podemos resolver os principais problemas do mundo com tecnologia.

Este artigo é da responsabilidade da NOS Comunicações

Gerd Leonhard antecipou algumas das grandes mudanças tecnológicas das últimas décadas. Agora, o conhecido futurista alemão acredita que “a lista de oportunidades do 5G tem milhas de comprimento” e que podemos resolver os principais problemas do mundo com tecnologia. Mas lembra que se trata essencialmente de “uma ferramenta”, porque “o futuro do trabalho é humano”.

“Acredito que teremos toda a tecnologia e ciência necessárias para resolver todos os nossos principais problemas”, afirma Gerd Leonhard, futurista humanista alemão, sobre a constante evolução tecnológica, da qual o 5G é o salto mais recente. E dá como exemplo de todo o progresso recente o desenvolvimento de vacinas para a Covid-19 “em 12 meses, quando normalmente demora 15 anos a acontecer”. Para Leonhard, “seja em termos de energia, alimentação, água, viagens espaciais, educação, estamos a resolver coisas”. No fundo, estamos a fazer o que ninguém fez, e o 5G vai acelerar essa transformação.

O conhecido autor e orador, especializado em antecipar os caminhos da tecnologia com previsões a 5/10 anos, está “muito entusiamado com o 5G”, rede que já usa em Zurique, onde vive, e diz mesmo que “é fantástico termos estas tecnologias”. Vê inúmeras aplicações na nova rede móvel, destacando a área ambiental e a descabonização, com o 5G a abrir o caminho para as cidades inteligentes, permitindo “agir a tempo, prever, prevenir”; a agricultura, onde, com a conexão dos equipamentos à IoT, “de repente vamos poder alimentar mais pessoas”; ou a educação e aprendizagem em geral: “Se eu conseguir aprender a montar a minha mota ou arranjar a rede de telecomunicações através de realidade virtual, vou ser 100 vezes mais rápido. É sobre-humano”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Gerd Leonhard afirma mesmo que “basta pegar num negócio anterior, seja agricultura, medicina, ou administração pública, e colocá-lo no que chamamos o ‘conversor inteligente’, conectado com 5G e Inteligência Artificial, e do outro lado sai um negócio inteligente. Isso vai ser uma expansão gigantesca para a economia e a indústria, em Portugal e em qualquer lado”.

O futuro do trabalho é humano

As aplicações do 5G vão trazer um enorme nível de robotização e automação à sociedade em geral. Gerd Leonhard antecipa que “vamos ver a rotina ser feita por máquinas inteligentes, por assistentes inteligentes”, o que deixa menos espaço para os trabalhos mais rotineiros. Por outro lado, se uma máquina passa a controlar um trator e outros equipamentos agrícolas, “o agricultor pode estar a estudar a nova geração de sementes”. Acima de tudo defende que as pessoas em geral têm de “desaprender e reaprender, ganhar novas competências e traços de carácter que as máquinas não conseguem ter”, porque “as máquinas não têm emoções, não têm entendimento”.

Leonhard acredita que “o futuro do trabalho é humano”, e a tecnologia permite essencialmente que as pessoas desenvolvam mais a criatividade, o engenho, a imaginação, libertando-se do que é mais mecânico. E o 5G tem todas estas possibilidades “de criar efeitos paralelos positivos” na sociedade. “Humanos fantásticos em cima de tecnologia incrível”, é esta a mensagem de equilíbrio entre pessoas e máquinas que Leonhard tenta passar nas suas conferências.

Tecnologia como ferramenta

Para o futurista alemão há duas ideias que devemos ter sempre em mente quando usamos o 5G, que é uma ferramenta, e que tão importante como ligar, é também conseguir desligar. Gerd Leonhard explica que “a tecnologia não é boa ou má em si, é uma ferramenta. se tivermos uma ferramenta, temos de decidir o que queremos fazer com essa ferramenta e se é boa para outras pessoas que estejam a usá-la ou a usar outras ferramentas”.

No caso do 5G, entende que as operadoras de telecomunicações já não são apenas fornecedoras de rede, têm um papel mais importante no seu sector e na sociedade: “Têm de dar instruções e ajudar a construir negócios no 5G, mostrar que possibilidades existem. E têm também de assumir a segurança, a proteção e a ética baseada no serviço”. Principalmente porque o 5G é “moralmente neutro, mas a forma de o usar nunca poderia ser neutra, temos de encontrar novas regras e definições sobre o que é bom”, continua Leonhard, avançando que “qualquer telecom que fixe a sua bandeira e diga que é pelas pessoas, pelo planeta, por um propósito, pela prosperidade, e não apenas infraestrutura, vai ganhar”.

No fundo, é bom ter a tecnologia sempre disponível, ao serviço das pessoas, das empresas, dos governos e da sociedade em geral, não devemos é viver apenas em função da mesma. “Temos de ajudar as pessoas a usar o 5G, e também a não o usar se é o que precisam”, continua o futurista. Acredita que “na Europa em geral as pessoas são humanistas. Especialmente em Portugal, há uma tendência humanista muito forte na sociedade”.

Gerd Leonhard, o músico que tinha ideias cedo demais

Nascido em Bona, na Alemanha, Gerd Leonhard começou por estudar Teologia na cidade natal, mas mudou-se para os Estados Unidos, onde se inscreveu no Berklee College of Music, em Boston. Tornou-se músico e produtor, atividades que foi cruzando com os seus interesses em tecnologia, em disrupção, e na internet quando esta surgiu. Recorda que teve uma ideia muito semelhante ao que é hoje o Spotify, mas vários anos antes de haver tecnologia que a suportasse. “Apercebi-me de que era bom a antecipar o futuro. Era sempre demasiado cedo para eu implementar as minhas ideias, era mais fácil falar sobre elas e ajudar outros”, contou na nossa entrevista.

Aos 59 anos, a viver na Suíça, Leonhard é considerado um dos maiores influenciadores e pensadores dos efeitos e do equilíbrio entre tecnologia e sociedade. Depois de um primeiro livro, O Futuro da Música, em 2005 – em que abordou temas que já tinha desenvolvido anos antes, como a Cloud e o avanço da música para o digital -, escreveu O Fim do Controlo (2009), Fricção é Ficção (2010) e O Futuro dos Conteúdos (2011). A sua obra mais recente, Tecnologia versus Humanidade, de 2016, expandiu as suas ideias a todos os continentes, sendo frequentemente convidado para conferências sobre o tema. “Hoje o meu trabalho passa por ajudar empresas, governos, organizações e pessoas a perceberem o que vai acontecer nos próximos anos”, resume Gerd Leonhard, “interessá-las, prepará-las e ajudá-las a desenvolver o que eu chamo mentalidade de futuro”.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.