O juiz Ivo Rosa mandou extrair uma certidão para que seja investigado o sorteio que deu o processo Marquês ao juiz Carlos Alexandre, o magistrado que mandou prender José Sócrates. Agora, o Ministério Público vai avaliar a validade das suspeitas, para decidir a abertura do inquérito ou não.

Indicia-se que poderão estar em causa factos com relevância criminal relacionados com a distribuição de processos neste TCIC [Tribunal Central de Instrução Criminal] no período compreendido entre setembro de 2014 e abril de 2015″, lê-se na decisão instrutória do processo Marquês.

A decisão de determinar a extração da certidão foi anunciada pelo juiz Ivo Rosa, na leitura da decisão instrutória, nomeadamente as questões prévias levantadas pelas defesas dos arguidos José Sócrates e de Armando Vara. Ambos contestaram a distribuição eletrónica e não manual do processo, em setembro de 2014. Neste caso, foi o juiz Carlos Alexandre o juiz de instrução escolhido, que acabou por determinar-lhes a prisão preventiva.

O juiz Ivo Rosa considerou que o processo devia ter sido distribuído por forma eletrónica ou, não sendo, na presença de um juiz. O magistrado lembrou que nesse dia não se verificou, porém, qualquer falha informática e que de facto não esteve presente um juiz.

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Juiz Carlos Alexandre não tinha poder para autorizar diligência junto do Banco de Portugal. Dois crimes caem

O juiz Ivo Rosa deixou cair dois crimes de falsificação de documento imputados aos arguidos José Sócrates e Carlos Santos Silva, por considerar que o juiz de instrução Carlos Alexandre, não tinha poder para autorizar a diligência que foi feita junto do Banco de Portugal.