A experiência foi bem sucedida: o helicóptero Ingenuity da NASA conseguiu voar e aterrar em Marte, tornando-se assim no primeiro objeto humano a completar um voo noutro planeta. A NASA prova assim que é possível pilotar um helicóptero na rarefeita atmosfera de Marte, um passo importante para o futuro das missões ao planeta, sobretudo as tripuladas. E fá-lo à primeira tentativa.

A agência espacial norte-americana já publicou as imagens recebidas no Laboratório de Propulsão a Jato, em Pasadena (Califórnia), nas redes sociais. O vídeo mostra as primeiras imagens do helicóptero, do rover Perserverance e o entusiasmo da equipa que gere a missão.

A NASA transmitiu em direto a chegada à sala de controlo dos dados relativos à primeira tentativa de fazer voar um helicóptero em Marte. O voo experimental aconteceu às 08h30 de Portugal Continental, mas as informações relativas à viagem — a primeira deste género noutro corpo celeste  — demoraram três horas a chegar ao nosso planeta.

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O plano era que o helicóptero de 1,8 quilogramas subisse lentamente até três metros de altitude, pairado por 30 segundos na atmosfera de Marte, girado e depois descido até pousar suavemente na Cratera Jezero, onde está na companhia do rover Perseverance desde 18 de fevereiro. O Ingenuity filmou todo o voo; e o Perseverance, que está a 76 metros do helicóptero, também.

A tarefa que a NASA se propôs a fazer é mais complicada do que parece à primeira vista. A atmosfera em Marte é muito rarefeita — tem um volume equivalente a 1% da atmosfera da Terra —, por isso é preciso gerar uma velocidade muito grande nas hélices para que o objeto se mantenha no ar. A solução foi criar hélices capazes de gerir a 1.200 rotações por minuto num voo que só poderá durar até 90 segundos.

A NASA deveria ter tentado este exercício a 11 de abril, mas dois dias antes descobriu um erro informático que impedia o Ingenuity de entrar no “modo voo”. O erro terá sido corrigido, daí a nova tentativa esta manhã. Mas se o helicóptero não tivesse entrado no “modo voo”, a NASA fará uma nova experiência já na terça-feira. Havia, no entanto, a possibilidade de o helicóptero se ter despenhado e ter ficado inutilizado.

Qualquer que fosse o destino desta parte da missão em Marte, os dados foram transferidos do helicóptero para o rover Perseverance e daí para a sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO). A seguir, os dados são enviados para o Deep Space Network (uma rede de antenas internacionais que assegura a comunicação com os objetos espaciais) e depois para o Laboratório de Propulsão a Jato, responsável por interpretar os dados.