Annalena Baerbock, co-líder dos Verdes da Alemanha, lançou a candidatura a chanceler, o que, segundo a agência Reuters, nunca tinha acontecido em toda a história do partido, ao longo de quatro décadas. No dia seguinte, poucas horas depois do anúncio de Baerbock, as principais figuras da CDU terão apoiado Armin Laschet com vista às eleições de setembro.
Aos 40 anos, Annalena Baerbock tem visto o apoio crescer dentro do seu partido, prometendo agora um “novo começo”, tendo como prioridades o investimento em educação, o digital e as tecnologias verdes, de acordo com a agência de notícias.
“A democracia vive da mudança. Sim, eu nunca fui chanceler e nunca fui ministra”, disse aos jornalistas. “Defendo a renovação. Outros representam o status quo”.
“Gostaríamos de liderar este governo, mas como a política não é um exercício de realização de desejos, caberá aos eleitores decidir” quem sairá vitorioso desta eleição, disse ainda Annalena Baerbock.
Nas sondagens com vista ao escrutínio de setembro, os Verdes surgem com 23% das intenções de voto, a quatro pontos de distância da aliança dos conservadores, que nos últimos 16 anos tem liderado o país com Angela Merkel.
Isto numa altura em que as lideranças da CDU (Armin Laschet) e da “irmã” CSU (Markus Soeder) não se entendiam sobre quem deveria avançar para tentar substituir a chanceler alemã.
Esta terça-feira, no entanto, a Reuters indica também, com base em fontes da CDU, que houve fumo branco entre os conservadores. Depois de uma reunião interna entre as principais figuras do partido, a escolha recai sobre Armin Laschet, líder dos democratas-cristãos da Alemanha, que a Reuters entende ser o menos popular entre os dois políticos conservadores. O apoio nesta reunião torna mais provável a nomeação de Laschet em vez de Markus Soeder.
Não tem sido fácil este processo entre os conservadores. Enquanto Laschet e Soeder ainda lutavam entre si, “com dano potencialmente grande para o partido”, os verdes “apresentaram uma obra-prima de profissionalismo político”, disse o economista do banco ING, Carsten Brzeski, citado pela Reuters, referindo-se à forma ordeira como o outro co-líder dos verdes, Robert Habeck, apresentou formalmente a candidatura de Annalena Baerbock, depois de ter sido eleita pelo partido.