A China rejeitou esta terça-feira acusações sobre abusos dos Direitos Humanos em Xinjiang, no noroeste do país, depois de uma organização não-governamental ter apelado a uma investigação das Nações Unidas sobre possíveis crimes contra a humanidade.

As acusações de trabalho forçado ou detenções na região de Xinjiang são “mentiras e informações falsas, inventadas por forças anti-China”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, em conferência de imprensa. Wang acusou os críticos de tentarem “minar a estabilidade e a segurança de Xinjiang e travar o desenvolvimento da China”.

Na segunda-feira, a organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch (HRW) apelou à Comissão de Direitos Humanos da ONU para que investigue relatos sobre a detenção em massa e repressão das práticas religiosas de membros de minorias étnicas chinesas de origem muçulmana. A HRW afirmou que os abusos constituem crimes contra a humanidade, conforme definido no tratado que instituiu o Tribunal Penal Internacional.

Mais de um milhão de pessoas foram confinadas em campos em Xinjiang, de acordo com governos e investigadores estrangeiros. As autoridades são acusadas de impor trabalho forçado e controlos de natalidade.

Pequim rejeita as acusações e diz que os campos servem para treino profissional, visando apoiar o desenvolvimento económico e combater o radicalismo islâmico. O governo está a pressionar marcas estrangeiras de roupa e calçado para que revertam as decisões de parar de usar algodão de Xinjiang, devido a relatos sobre trabalho forçado.

Wang acusou os meios de comunicação de agirem como “altifalantes de mentiras e desinformação”. A China negou às Nações Unidas acesso irrestrito à região para investigar. Wang pediu aos observadores estrangeiros que “respeitem os factos e a verdade” e “parem com a prática errada de espalhar desinformação sobre Xinjiang e de fazer declarações falsas”.

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