A Iniciativa Liberal acusa a comissão promotora do 25 de Abril de impedir o partido de participar nas comemorações e vai organizar um outro desfile no mesmo dia e local para celebrar a liberdade.

Em comunicado, a IL explica que desde 2018 marcou sempre presença nas comemorações do 25 de Abril, na Avenida da Liberdade, e que este ano, após contactar a comissão promotora do evento, recebeu a informação de que a participação não será possível devido à “situação de excecionalidade e de limitações relacionadas com a saúde pública que vivemos”.

De acordo com a resposta a que o Observador teve acesso, a comissão promotora do 25 de Abril explica que, este ano, “contrariamente à política de abertura e alargamento à participação de todos os defensores dos valores de Abril”, e devido à situação pandémica, “tem que [se] restringir a participação no desfile (…) às organizações que constituem a comissão promotora”, para que, pode ler-se no e-mail, seja dada uma “responsável satisfação às exigências de controlo e de proteção dos participantes, definidas pelas competentes entidades oficiais”.

Para o partido liderado por João Cotrim Figueiredo, esta posição por parte da organização é inaceitável e “significa que a participação fica restrita às organizações que integram a comissão promotora, ou seja, aos partidos do espaço socialista e a um conjunto de organizações associativas e sindicais“.

Perante este impedimento e por considerar que “as celebrações do 25 de Abril não são exclusivas dos partidos de esquerda, nem de organizações satélites”, a Iniciativa Liberal acredita “não [ser] aceitável que se exclua” o partido e avança para a organização de uma outra celebração. “Porque a liberdade não tem donos, a Iniciativa Liberal mantém o objetivo de celebrar o dia da Liberdade desfilando no dia 25 de Abril na Avenida da Liberdade com ponto de encontro marcado para as 15h00 na Rotunda do Marquês de Pombal”, pode ler-se em comunicado.

“A liberdade e a democracia não foram conquistadas só para alguns, nem se solidificam num só dia. Exigem um esforço permanente e são um trabalho sempre inacabado”, refere João Cotrim Figueiredo. Assim, e tendo em conta os dias que se vivem “em que tantas liberdades e direitos são postos em causa”, o líder do partido acredita ser “ainda mais importante lutar, lutar todos os dias, pela liberdade e pela afirmação dos valores liberais em Portugal.”

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