O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) contestou esta terça-feira a não atribuição de pontos para progressão na carreira a 40 profissionais do hospital de Évora e exigiu esclarecimentos, mas a unidade hospitalar disse que “aguarda clarificação” do assunto.

“Queremos saber o motivo de não terem sido contabilizados pontos de 2004 a estes colegas” e “exigimos uma resposta fundamentada do ponto de vista jurídico”, afirmou à agência Lusa Celso Silva, da Direção Regional do Alentejo do SEP. Segundo o dirigente sindical, o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) “deu seguimento” à decisão tomada, em 2018, pelo então Governo para o descongelamento das carreiras dos trabalhadores da administração pública. Contudo, esta unidade hospitalar “não contabilizou o ano de 2004” e “só o fez de 2005 em diante”, sublinhou, indicando que o Governo tinha decidido “descongelar as progressões e atribuir pontos para esse efeito desde 2004”.

Contactada pela Lusa, fonte do Gabinete de Comunicação e Marketing do HESE indicou que a direção da unidade hospitalar “aguarda clarificação” sobre o assunto por parte da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Em causa, explicou a fonte, está “a interpretação sobre a contabilização de um ponto e meio a alguns enfermeiros”, estando o hospital de Évora à espera de uma resposta da ACSS “desde o início de março” deste ano, o que “é do conhecimento do SEP”. O HESE “tem todo o interesse [em] que o caso se resolva e que os profissionais não sejam prejudicados e, se o entendimento da ACSS for favorável à contabilização, a situação será regularizada de imediato e com efeitos retroativos”, referiu.

O sindicalista disse que o assunto já foi abordado em reuniões com a administração do HESE, mas vincou que o SEP quer “uma resposta por escrito” sobre o motivo pelo qual o hospital “não contou pontos de forma correta a estes enfermeiros”. “Não pode haver uma decisão” do hospital e a resposta dada ao sindicato é “na base do ‘porque sim'”, advertiu o dirigente do SEP do Alentejo, frisando que se tratam de “assuntos sérios que mexem com a vida das pessoas”. Celso Silva notou que “a incorreta contagem de pontos tem consequências” para estes cerca de 40 enfermeiros da unidade hospitalar, nomeadamente nos vencimentos, uma vez que “alguns deles já deveriam estar num escalão acima e não estão”.

De acordo com o SEP do Alentejo, a administração do HESE, perante as insistências do sindicato, “escuda-se na ACSS e na Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP)”.

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