Três anos depois, o Benfica voltou a ganhar em Portimão. Nas últimas duas épocas, os encarnados somaram uma derrota e um empate no Algarve contra o Portimonense, num registo que acabava por ser dos piores que o clube alcançou a jogar fora na história recente. Com esta vitória, a equipa de Jorge Jesus chegou ao quarto resultado consecutivo longe da Luz, somando um total de 15 golos marcados e sofrendo apenas um.

Darwin é tudo menos uma história da Carochinha (a crónica do Portimonense-Benfica)

Com esta partida, o Benfica marcou cinco golos num jogo fora de forma consecutiva, depois da goleada em Paços de Ferreira, quebrando um registo que durava desde 1973/74. Os encarnados recuperaram o terceiro lugar, respondendo à vitória do Sp. Braga, encurtaram para 10 pontos a desvantagem para o líder Sporting e pressionaram desde logo o FC Porto, que entrava em campo, e forma provisória, com a distância reduzida para três pontos.

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Na zona de entrevistas rápidas e para além de analisar o jogo com o Portimonense, Jorge Jesus comentou a situação com Weigl: o médio alemão falhou a partida para assistir ao nascimento da filha, tendo abandonado o estágio no Algarve para regressar a Lisboa, e ao final da tarde surgiram algumas notícias que davam conta de que o jogador tinha viajado sem o aval do treinador e em claro conflito com Jesus. Algo que o Benfica, desde logo, rejeitou, garantindo que Weigl deixou a equipa com total consentimento do clube. “Estive três anos fora de Portugal e uma coisa que noto é que a comunicação inventa notícias e mente. Quer arranjar tema para ter audiências. Aquilo que a mulher do Julian [Weigl] teve é que entrou num parto complicado. Ele não é de Portugal, não é português, não tem irmãos nem as pessoas todas para ajudar. Às quatro da manhã foi ao meu quarto e ao do Rui [Costa], desesperado, que a mulher tinha telefonado, tinha ido de urgência para o hospital, entrado em trabalho de parto. O que temos fazer? Temos de deixar o atleta. A mentalidade dos atletas não é a mesma que a minha quando jogava. Deixámos sair com autorização, foi um funcionário do Benfica que o foi buscar, e depois começaram a inventar que abandonou o estágio por problemas comigo. Mentiras dessas não valem, não vale tudo”, atirou o treinador.

Sobre o jogo, Jesus reconheceu que o golo marcado por Pizzi mesmo em cima do intervalo “teve importância na melhoria da equipa”. “Depois, face às modificações que fizemos fomos ficando mais fortes, mais controladores e os golos foram aparecendo. Jogámos contra uma boa equipa que não perdia há três jogos e é muito difícil de ser batida aqui, está a fazer um bom Campeonato, sobretudo na segunda volta (…) O Benfica fez um jogo forte como tem feito, tivemos um percalço onde não esperávamos. Estamos a pôr as coisas fáceis nos jogos difíceis e difíceis nos que parecem fáceis. Só interessam as vitórias, é importante a qualidade coletiva individual. Hoje a entrada do Darwin foi determinante, está a ficar melhor e quando tens isso a equipa também melhora”, acrescentou o técnico.

Estou satisfeito, mais por aquilo que a equipa produziu no jogo, sabemos porque perdemos o outro [contra o Gil Vicente], tentámos corrigir algumas coisas que não fizemos bem. A equipa é uma equipa segura, confiante, que acredita no que faz, e isso é fundamental, quando tens jogadores que acreditam na mensagem, é meio caminho andado, tendo jogadores de qualidade. Vindo de uma derrota que nos doeu muito, vínhamos de sete vitórias, ninguém estava à espera, não abalámos, não trememos, porque quando acreditas não tremes, não mudas o teu discurso, porque acreditas no que fazes. Estamos rodeados por outras pessoas que só acreditam nas coisas quando se ganha, mas faz parte do futebol e tens de estar preparado para isso”, terminou Jorge Jesus.