Numa mensagem transmitida via vídeo, no concerto online de caridade Vax Live, o chefe máximo da Igreja Católica apoiou a campanha que pede a suspensão das patentes sobre as vacinas criadas e disponibilizadas para a combater a Covid-19, de maneira a aumentar o fornecimento destas nos países mais pobres.

No sábado, dia 8, o Papa Francisco pediu “o acesso universal à vacina e a suspensão temporária dos direitos de propriedade intelectual”. No discurso que não chegou aos 5 minutos, abordou ainda o “vírus do individualismo”, que “não nos torna mais livres, nem mais iguais ou mais irmãos”, mas sim “indiferentes ao sofrimento dos outros”.

“Outras variantes deste vírus cultural”, afirmou, são “o nacionalismo fechado” que impede a partilha de vacinas e coloca as leis do mercado ou da propriedade intelectual “acima das leis do amor e da saúde dos outros”. Da mesma forma, outra variante é “quando acreditamos e fomentamos uma economia doentia que permite que uns poucos muito ricos possuam mais do que todo o resto da humanidade, e quando os modelos de produção e consumo destroem o planeta”.

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UE está pronta para discutir levantamento de patentes de vacinas proposto pelos EUA

No final da semana passada, a União Europeia garantia estar “pronta para discutir” a proposta dos Estados Unidos face ao levantamento das proteções de propriedade intelectual das vacinas contra a Covid-19, numa tentativa de acelerar a produção e a distribuição das mesmas — a administração do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já antes tinha afirmado que Washington está a participar “ativamente” das negociações para esse propósito na Organização Mundial do Comércio (OMC).

No discurso de sábado, o Papa apelou ainda aos jovens a respeitar os limites para ajudar a controlar a pandemia e a todos a não esquecer os mais vulneráveis no centro da crise sanitária que já “provocou morte e sofrimento, afetando a vida de todos”, e exacerbou também as crises sociais e ambientais já existentes.