Regressa o pingue-pongue de acusações entre a TAP e o principal acionista da Groundforce, Alfredo Casimiro. E com um ministro novamente à mistura: Pedro Nuno Santos. Na segunda-feira a TAP pediu a insolvência da empresa de handling considerando, entre outras razões, que o principal acionista e a sua gestão são incapazes de restabelecer confiança aos credores.
Agora, Alfredo Casimiro vem responder. Não à TAP, mas visando o ministro com a tutela da companhia aérea: Pedro Nuno Santos. Primeiro, dizendo que este teve duas caras, dois pesos e duas medidas. Uma para si e outra para a TAP.
“O Governo neste processo, teve sempre dois pesos e duas medidas, senão mesmo duas caras. Usou uma cara para lidar com uma empresa pública que nacionalizou, a TAP, e outra cara para lidar com uma empresa privada que parece querer nacionalizar, a Groundforce. Tal comportamento é inaceitável num estado de direito. A crise pandémica afetou, de igual modo, empresas públicas e privadas. Reiteramos que é, portanto, inaceitável que um Governo use dois pesos e duas medidas, consoante gosta ou não gosta de uma empresa, respeita ou não respeita um empresário”, considera Alfredo Casimiro.
Para o empresário, Pedro Nuno Santos fez isto com objetivos políticos pessoais. A Groundforce, diz Alfredo Casimiro, é “uma empresa viável e estratégica para Portugal, que dá emprego a 2400 pessoas”, mas que atualmente “está em risco por causa de decisões precipitadas como esta, fruto de impulso e tomadas em nome da ambição política e não do superior interesse do país”.
Por isso mesmo, e como já tinha dito anteriormente, Alfredo Casimiro, diz que – enquanto acionista – utilizará “todos os mecanismos legais ao dispor para defender os legítimos interesses da empresa e da Pasogal”.
Alfredo Casimiro – que na segunda-feira afastou Paulo Neto Leite, ex-CEO da empresa, da administração da Groundforce – diz ainda que foi pelos jornais que soube do pedido de insolvência interposto pela TAP. “Fui surpreendido pelo pedido de declaração da insolvência da Groundforce. Soube pelos jornais, pouco depois de ter estado reunido com a TAP em Assembleia Geral de Acionistas, sem que me tivesse sido dita uma única palavra sobre a decisão”.