A Porto Design Biennale, que acontece entre junho e julho, nas cidades do Porto e de Matosinhos, vai organizar 49 atividades e lançar as bases para a criação de “comunidades de mudança”, disse o curador geral esta terça-feira.

Na apresentação da programação desta segunda edição, que decorreu na Câmara Municipal do Porto, o curador geral, Alastair Fuad-Luke, adiantou que, ao longo dos 54 dias da bienal, de 02 de junho a 25 de julho, irão acontecer, 20 conversas ‘online’ e 11 ‘workskops’, além das 49 atividades do certame.

As iniciativas, que envolvem nove curadores, estarão espalhadas por 25 espaços do Porto e de Matosinhos, acrescentou.

O objetivo desta edição de 2021, que o curador geral quer que envolva a participação dos cidadãos, visitantes, profissionais e amantes do design, é gerar alianças estratégicas e efetivas para a construção de comunidades de mudança.

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“Através do design podemos redescobrir a nossa capacidade de espanto, renovar o nosso ambiente e construir novas alianças. Podemos reconstruir-nos, centrando-nos nas experiências e nas coisas — ‘pharmaka’ — capazes de gerar uma maior sensação de bem-estar e que nos mostram como viver melhor, apesar de atravessarmos tempos de contágio e de crise”, frisou.

Um dos eixos principais da bienal é a exposição “Museu da Matéria Viva”, na Casa do Design, em Matosinhos, que pede a atenção de todos para os seres vivos, procurando encorajar os cidadãos e designers para a construção de novas práticas e relações para o futuro, explicou.

O “Museu da Matéria Viva” engloba três ‘workshops’, nomeadamente “Rio”, “Terra” e “Mar”, cujo propósito é explorar diferentes ambientes materiais no território local.

Outra das propostas é a mostra “Cuidado Radical: Arquiteturas de Amor e Reciprocidade”, orientada por Ana Jarra e Alberto Altés, que vai reunir no Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto, histórias de amor, reciprocidade e envolvimento que têm em comum uma ética do cuidado.

Em versão ‘online’ irá decorrer a exposição “Linhas Invisíveis” que, com recurso a uma análise de dados do Porto, pretende cultivar novas ideias e soluções para combater a segregação, corrigir as linhas urbanas de falha e outros males sociais.

Outro dos destaques vai para o ‘workshop’ “Habitar 424” desenvolvido por e para a comunidade sem-abrigo do Porto. Este projeto visa reconcetualizar o entendimento comum acerca da condição de sem-abrigo, proporcionando ao mesmo tempo crescentes recursos comunitários para o futuro.

A Porto Design Biennale contemplará ainda dois espaços de debate, nomeadamente uma série de ‘podcasts’ com pessoas e designers cujas vidas têm sido dedicadas a desenhar mundos, em “Perspetivas Periféricas: Conversas a`s Sextas”, que propõe colóquios com a participação de académicos interdisciplinares, pensadores na~o acade´micos, designers, artistas visuais e performativos e cidadãos, para construir um espaço para gerar diferença.

Sendo o país convidado deste ano a França, artistas, designers e pensadores franceses e portugueses desenvolveram um trabalho criativo com base num conjunto de objetos recolhidos no Porto e em Matosinhos, cujo resultado final vai ser dado a conhecer na bienal sob diferentes formas, contou o curador Sam Baron.

Sob a designação “Autre”, estes trabalhos vão ser apresentados ao público sob a forma de um programa de rádio, no qual as culturas portuguesas e francesas se encontram, assim como em exposições e instalações no Museu Soares do Reis, no Porto, e na área envolvente e numa iniciativa social em que o design se torna uma ferramenta que ajuda a alimentar e apoiar pessoas carenciadas, revelou.

A Porto Design Biennale é promovida pelos municípios do Porto e de Matosinhos e organizada pelo centro de investigação da Escola Superior de Arte e Design (ESAD).

A programação integral pode ser consultada em https://portodesignbiennale.pt/pt?edition=2021.