Pelo menos três rockets foram lançados desde o Líbano contra Israel, enquanto as forças israelitas começaram a disparar artilharia contra a Faixa de Gaza, onde dezenas de famílias fogem das suas casas. Uma fonte militar libanesa informou que pelo menos três rockets foram lançados desde o sul do Líbano nas últimas horas, embora não tenha referido a autoria deste ataque.
O exército israelita já confirmou esta informação e a fonte militar libanesa disse que unidades das forças armadas do Líbano foram deslocadas para a zona desde onde foram lançados os projéteis, tendo detido os seus responsáveis na cidade de Tiro, no sul do Líbano.
Ao mesmo tempo, e ao fim de quatro dias de conflito, Israel iniciou ataques com artilharia e carros blindados, contra comunidades do norte, perto da fronteira israelita e no leste da Cidade de Gaza, com testemunhas a relatar que várias dezenas de pessoas saíram das suas casas.
Ibrahim Jamal, um habitante local, disse que cerca de 200 pessoas procuraram abrigo numa escola das Nações Unidas.
O ataque israelita responde a um lançamento de uma pesada barragem de rockets por parte do movimento islâmico xiita Hamas, esta quinta-feira, após várias regiões de Gaza terem sido atingidas com diversos ataques aéreos israelitas, que já deslocaram tropas para a zona de fronteira e convocaram mais de 9.000 reservistas.
A escalada das hostilidades ocorre enquanto os negociadores egípcios tentam manter conversações com as duas partes, intensificando os esforços de mediação.
Naquela que é a pior escalada de violência entre palestinianos e israelitas nos últimos sete anos, o conflito espalhou-se por várias cidades e o exército de Israel moveu tropas para a fronteira de Gaza — para a eventualidade de ser necessária uma operação terrestre na Faixa — enquanto continua o lançamento maciço de foguetes por milícias do Hamas e continua o bombardeamento sistemático por parte das forças israelitas.
Alguns dos rockets lançados desde Gaza atingiram o centro de Tel Aviv, onde uma multidão de árabes e judeus invadiram as ruas, espancando pessoas e incendiando automóveis.
Os voos do principal aeroporto de Israel foram cancelados ou desviados para outras rotas, enquanto as milícias do Hamas intensificam o lançamento de “rockets” em resposta a bombardeamentos aéreos de Israel, no dia em que se celebra o fim do mês sagrado do Ramadão.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que o número de mortos subiu para 87 na Faixa, incluindo 18 crianças e oito mulheres, com 530 feridos registados. O Hamas confirmou a morte de 13 dos seus combatentes, incluindo um comandante sénior, enquanto Israel afirma que o número de vítimas mortais é muito superior ao admitido pelas autoridades palestinianas.
Israel anunciou a morte de sete pessoas no seu território, incluindo um soldado morto por um míssil antitanque e uma criança de seis anos atingida por um rocket. Vários líderes mundiais têm pedido contenção no conflito e o Egito tem procurado mediar conversações com as duas partes.
Ainda assim, o número de rockets e de bombardeamentos não abrandou nas últimas horas.
Num evidente sinal de que o conflito pode escalar nas próximas horas e dias, o ministro da Defesa de Israel aprovou a mobilização de mais 9.000 soldados reservistas e o porta-voz militar de Israel, Hidai Zilberman, disse que um reforço de efetivos está já a concentrar-se na fronteira com a Faixa de Gaza.
Em declarações à estação de televisão pública israelita, Zilberman disse que as forças estão a preparar “a opção de uma manobra terrestre”, com veículos blindados e artilharia a ser colocados em alerta para poderem ser “mobilizados a qualquer momento”.
Contudo, o mesmo porta-voz militar disse que o contingente de forças ainda não é suficiente para permitir uma imediata invasão terrestre.
Ao longo do dia, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, visitou o sistema de defesa antimísseis Iron Dome, que, segundo os militares, intercetou 90% dos 1.200 foguetes que foram lançados contra Israel desde Gaza.