Um abraço, uma primeira frase onde terá dado os parabéns a Rúben Amorim pelo título conquistado, um sinal com três dedos para alguém que as imagens não permitiram ver quem era mas que estariam a remeter para o número de Campeonatos ganhos pelo técnico no Benfica. Jorge Jesus teve a oportunidade de defrontar pela primeira vez no banco de suplentes o Sporting – na primeira volta em Alvalade foi João de Deus que esteve no seu lugar – e logo com o jogador que orientou durante mais tempo nos seus plantéis (Amorim, seis anos e meio entre Belenenses e Benfica). Boa disposição não faltava antes, boa disposição sobrava na mesmo depois, com os dois técnicos a cumprimentarem-se de forma respeitosa após o triunfo dos encarnados no dérbi.

“Quero dar os parabéns às três equipas, principalmente ao Benfica e ao Sporting, porque este jogo foi um espetáculo que deveria ter 60.000 pessoas aqui, seria ainda mais emocionante. Duas equipas que, face à forma de olhar para o jogo, quiseram ganhar, olhar para a frente. O Benfica entrou muito forte mas depois do 3-0 começou a acreditar que já não era preciso ter outro momento de jogo de fechar espaços na perda da bola. Tivemos de fechar, sofremos o 3-1. É normal, o Sporting acreditou que podia entrar no jogo. Fizemos o 4-1 na reentrada e depois não sabemos defender resultados. Por muito que eu fale, ainda não consegui meter na cabeça de alguns jogadores como é que consegues controlar o resultado com bola. Só conseguimos jogar com qualidade quando vamos à procura do golo. Tens de saber gerir o resultado e esperar que te beneficie”, começou por dizer o treinador dos encarnados na zona de entrevistas rápidas da BTV, antes de falar da justiça do triunfo.

“O Sporting acreditou sempre, as coisas tornaram-se mais complicadas, mas se depois do 4-3 houvesse um golo teria de ser o 5-3 e não o 4-4. Parabéns aos jogadores do Benfica, fizeram 45 minutos espetaculares, com grandes golos, grandes jogadas. E ganhámos. Podíamos ter ganho por mais mas tens de dar mérito ao Sporting, pela forma como jogaram, jogadores com muita classe perto da grande área. Parabéns a todos pelo jogo. Agora falta um jogo antes da final da Taça de Portugal. Esta foi mais uma vitória que nos põe numa segunda volta muito forte”, destacou, sendo que os encarnados passam mesmo a ser a equipa com mais pontos nesse período.

“Ainda temos jogadores que não sabem jogar para defender o resultado, é como se estivesse 0-0 ou a perder. É outra das situações de jogo que tenho de ensinar. Estou a fazer isso com alguns jogadores, a forma como abordamos o jogo. Estávamos a vencer 4-1, não era preciso entrar no risco, acabámos por perder a bola e sofrer o 4-2. O Gabriel, com amarelo, começou a ter medo”.

“Substituição do Diogo Gonçalves? Ele não conseguia segurar o Jovane [Cabral]

“O Diogo [Gonçalves] não conseguia segurar o Jovane, de forma a fechar o corredor direito. Tinha um problema físico mas não se queixava. E eu perguntava: ‘Isto não anda? O que se está a passar com ele?’. Estava cheio de dores na virilha mas não dizia nada… É mais um… Mas o importante foi ganhar”, contou Jorge Jesus, antes de deixar uma mensagem de agradecimento aos adeptos que apoiaram a equipa antes do jogo.

“O carinho dos nosso adeptos significa muito. Os adeptos são por quem nós jogamos e fazemos tudo. Não são sacrifícios, os jogadores e o treinador fazem o que lhes compete. Os adeptos, face à classificação do Benfica e porque estão habituados a ser campeões, este ano poderiam estar contra a equipa, entre aspas, mas não estão. Perceberam o que aconteceu à equipa em janeiro. Estão a dar carinho. Sentimos isso, porque os jogadores de qualquer equipa sentem quanto tens o calor e o carinho dos adeptos, eles ficam mais confiantes, apesar de os jogos não terem adeptos. Fora do estádio, vimos muitos adeptos a incutirem esperança, fé… Quero agradecer-lhes. Normalmente só se vê isto a ganhar. Parabéns aos adeptos do Benfica”, concluiu o técnico na BTV.

“Curiosamente, o Rúben [Amorim] é o jogador que mais tempo trabalhou comigo. Não houve quem estivesse sete anos a treinar comigo. O Rúben cresceu praticamente comigo enquanto jogador. O carinho que eu tenho por ele é dentro da normalidade. Rúben era alguém com personalidade e existiram alguns desentendimentos normais entre treinador e jogador, tal como eu tenho agora no Benfica, e terei noutros clubes. Não quis dar-lhe [os parabéns] por mensagem, achava que ele não merecia os parabéns pelo telemóvel. Quis esperar pelo jogo. Fiz questão de me encontrar com ele no túnel de acesso”, explicou depois Jesus na conferência de imprensa.

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