Bill Gates terá saído do conselho de administração da Microsoft em março 2020 devido uma relação com uma funcionária da empresa. Na altura, o bilionário justificou a saída da empresa para se dedicar a “prioridades filantrópicas”, mas, de acordo uma investigação do The Wall Street Journal, Bill Gates renunciou do cargo antes que se conhecessem as conclusões de um inquérito destinado a averiguar o alegado relacionamento. O magnata é também acusado de assediar mais seis funcionárias — o que poderá ter motivado o divórcio de Melinda Gates.

“A Microsoft recebeu uma denúncia na segunda metade de 2019 a relatar que Bill Gates pretendia iniciar um relacionamento íntimo com uma funcionária em 2000”, indicou um porta-voz da empresa ao órgão norte-americano. Para investigar o assunto, a Microsoft contratou um equipa de advogados, mas nessa altura a questão já levantava controvérsia — vários membros do conselho de administração consideraram que Bill Gates deveria renunciar ao cargo, apesar da sua reeleição em dezembro de 2019.

Uma porta-voz de Bill Gates confirmou ao The Wall Street Journal que houve um “caso há quase 20 anos”, mas que acabou “amigavelmente”, descartando ainda que a decisão de abandonar o conselho estivesse relacionada com este assunto. “Na verdade, ele já tinha expressado interesse em dedicar mais tempo à filantropia, começando vários anos antes”, realça.

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O magnata norte-americano acabou mesmo por abandonar o cargo, mas continua na Microsoft enquanto como consultor de tecnologia para Satya Nadella, atual líder executivo da empresa, tendo assim um papel menos ativo na empresa. Em março de 2020, numa nota do Linkedin, o bilionário salientou que a empresa “sempre será uma parte importante do trabalho” da sua vida.

Caso não é o único e poderá ter motivado divórcio

Além deste relacionamento, e segundo aponta o The New York Times, outras seis antigas e atuais funcionárias da Microsoft e da fundação Bill e Melinda Gates acusam o milionário de as assediar.

Uma ex-funcionária contou ao jornal que após uma reunião de trabalho, em 2006, recebeu um e-mail de Bill Gates a perguntar se queria jantar com ele. “Se te fizer desconfortável, faz de conta que nunca aconteceu”, escreveu ainda o co-fundador da Microsoft.

Outra mulher relatou que Bill Gates a terá convidado para jantar, numa viagem de negócios a Nova Iorque, sendo que rejeitou os avanços. Reconheceu também que estas atitudes criava um ambiente de trabalho desconfortável.

A questão é se Melinda Gates, casada com o bilionário desde 1994, sabia dos avanços do ex-marido e se tal poderá ter motivado o divórcio anunciado a 3 de maio.

Até agora, uma das razões apontadas pela imprensa para a separação estará relacionada com as ligações do co-fundador da Microsoft com o milionário Jeffrey Epstein, que morreu em 2019 na prisão. Epstein estava envolvido num esquema de tráfico sexual e que aguardava julgamento por abuso e tráfico de menores.

Como a relação de Bill Gates e Jeffrey Epstein contribuiu para um dos divórcios do ano

O divórcio já estava a ser preparado desde o final de 2019, ano em que começou a investigação na Microsoft. Melinda Gates terá encetado contactos com várias firmas de advogados para desfazer o casamento e, nos primeiros meses de 2020, o agora ex-casal já estava a dividir a fortuna avaliada em 130,5 mil milhões de dólares (cerca de 107 mil milhões de euros).