A Seleção Nacional parte para Budapeste a 10 de junho, estreia-se no Euro 2020 a 15 de junho e tem os compromissos seguintes marcados para os dias 19 e 23 de junho. O primeiro dia dessa caminhada, porém, era esta quinta-feira: e começava com o anúncio da convocatória para a fase final do Campeonato da Europa em que Portugal surge enquanto campeão em título.

Depois de anunciar o regresso de Gonçalo Guedes e a estreia de Pedro Gonçalves, Fernando Santos falou sobre as dificuldades de reduzir o lote de convocados a 26 nomes, apesar de serem mais três do que o habitual, e explicou que “se fosse simples, entregava os nomes e estava despachado”. “As convocatórias não resultam da análise de um dia, dois ou três. Ontem ainda tínhamos 31 jogadores. A esses 23, acrescentei outros três em termos de polivalência. Se tivesse que falar de um jogador em particular, teria de falar em mais sete ou oito. Sou extremamente grato aos jogadores. Cada convocatória é uma convocatória. Compete-me a mim fazer as opções. Se eles estavam dentro do leque de opções é porque gostei. Tem a ver com a montagem do puzzle, não tem a ver com qualidade. Se não tivesse qualidade, não tinha analisado”, disse o selecionador nacional, que felicitou o Sporting pela conquista do título e também o Estoril, um dos “clubes do coração”, pela subida à Primeira Liga.

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Fernando Santos só convocou três centrais, deixando Domingos Duarte e Rúben Semedo de fora, mas garante que Danilo Pereira é “um médio da Seleção”, ou seja, que a chamada do jogador do PSG não é necessariamente a pensar que pode jogar a central se for necessário. “Agora, quer Danilo, quer Palhinha, quer William Carvalho, se for preciso, podem cumprir essa posição. Não fazia nenhum sentido. Sempre o vi como médio e sempre jogou como médio. Agora, em termos de polivalência, sim. É mais uma opção. Na Liga das Nações levei três defesas-centrais. A minha convocatória estava feita ontem no final do dia, depois de oito horas de discussão com os meus adjuntos, tendo em conta aquela que será a nossa forma de jogar. Foi esta a lista que eu tinha ontem e é esta que eu vou seguir”, atirou.

“Sermos campeões em título não nos faz favoritos. Somos campeões, é um orgulho para o povo português, infelizmente não tão de perto. Mas o povo português estará a apoiar-nos, tal como em 2016 e 2018. Foi mérito da equipa mas também pelo apoio dos portugueses. Esse apoio, essa determinação, leva-nos a assumir o mesmo compromisso. Vamos continuar a assumir-nos como candidatos. Depois veremos o que vai acontecer. Parto com a mesma convicção de que podemos ser campeões da Europa”, completou o selecionador nacional, que comentou ainda a estreia de Pedro Gonçalves. “Não o tendo visto em contexto de Seleção, tenho todas as informações necessárias do Pedro e também do Rui [Silva]. Todas as informações de que eu precisava, também as tenho comigo, ao contrário do que aconteceu na última convocatória. Nessa entendi que não era a altura certa e também tendo em conta tudo o que fez. Está aqui pela qualidade que tem, obviamente”, disse, acrescentando que tem a informação de que Diogo Jota está “clinicamente apto” para começar a treinar com a Seleção no dia 27 apesar da lesão que sofreu recentemente ao serviço do Liverpool.

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Fernando Santos sublinhou que é “um apologista dos 23 convocados”, recordando que a opção da UEFA de alargar para 26 nomes as convocatórias para o Euro 2020 significa que três jogadores terão de ficar de fora do banco de suplentes. Comentou o facto de a lista ainda contar com 11 campeões europeus, confessando que “não achava que fossem tantos”, e detalhou os motivos que o levaram a escolher William Carvalho, que não tem sido muito utilizado no Betis. “Numa convocatória de 26, pareceu-me que podia continuar a apostar no William. Alternativas tinha, obviamente que há jogadores que podiam assumir o lugar do William. Entendo que o William tem coisas que só o William tem. Eu tenho a minha perspetiva sobre ele. Acho que não temos em Portugal ninguém com as características dele. É um jogador com muita polivalência e, achando isso, entendi que o devia convocar”, explicou, comentando também o regresso de Benzema à seleção francesa, um dos adversários de Portugal na fase de grupos do Europeu.

“Benzema? É uma ótima notícia. Jogarem os melhores é sempre uma ótima notícia. Nós também temos um que marcou 29 golos em menos jogos [André Silva]. Não me vou agora preocupar com o regresso do Benzema. O selecionador de França, se calhar, não deixou mais 10 de fora, deixou mais 15. A Itália leva 30 jogadores para estágio. É natural que fique muita gente de fora. Não vejo nenhum inconveniente. Portugal não tem receio. Como vamos nós colocarmo-nos como candidatos e depois ter medo dos adversários? O respeito é mútuo. Portugal começou a ser respeitado pela qualidade da equipa e dos jogadores”, afirmou o selecionador nacional, que terminou a conferência de imprensa a falar sobre a possibilidade de este ser o último Europeu de Cristiano Ronaldo.

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“É sempre muito difícil pensarmos assim com ele. É uma máquina. Tem muitos cuidados com ele. Com a forma como se cuida, como se trata, nunca podemos dizer que sim ou não. Há muitos fatores. Acredito que estará no próximo Mundial. Depois, se continua até ao próximo Europeu, acho que depende muito de como estará psicologicamente preparado. Mas também fisicamente. Mas o futuro também não conseguimos prever”, terminou.