Martin Bashir é um dos nomes do momento. Foi ele quem, em 1995, conduziu a polémica entrevista que Diana, a “princesa do povo”, deu à BBC, o mesmo jornalista que, de acordo com uma investigação interna, “enganou e induziu” Charles Spencer a garantir a entrevista junto da irmã. Agora, em declarações ao meio britânico Sunday Times, Bashir defende-se: “Nunca quis prejudicar Diana e não acredito que o tenhamos feito”.

Bashir, que abandonou o cargo na BBC antes das conclusões do inquérito interno serem do conhecimento do público, diz estar “profundamente arrependido” pelos filhos de Diana, os duques de Cambridge e de Sussex, mas rejeita as alegações de William, que afirmou que a forma como a entrevista aconteceu e as falhas da BBC “contribuíram significativamente para o medo, paranoia e isolamento” de Diana. Harry, por seu turno, emitiu um comunicado onde se lia: “A nossa mãe perdeu a vida por causa disto e nada mudou”. Perante as duras críticas, o jornalista britânico assegura que ele e Diana eram próximos.

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Bashir afirma ainda que Diana nunca esteve descontente com o conteúdo da entrevista dada sensivelmente dois anos antes de morrer em Paris e que os dois continuaram amigos após a transmissão televisiva do programa. O jornalista recorda que a “princesa do povo” chegou a visitar a sua mulher num hospital londrino aquando do nascimento do terceiro filho do casal. “Tudo o que fizemos em termos da entrevista foi como ela queria, desde a altura em que ela quis alertar o palácio a quando foi para o ar, mas também o seu conteúdo”, garante.

Questionado sobre o facto de ter mostrado extratos bancários falsos a Charles Spencer —  comprovativos de transferências que mostravam alegados pagamentos feitos a membros da Casa Real pelos serviços de segurança e que seriam a prova de que Diana estaria sob vigilância permanente, os quais terão levado indiretamente a princesa a aceitar a conversa —, Bashir diz que se arrepende para, depois, voltar a defender-se. “Obviamente que me arrependo, foi errado. Mas não teve relação com nada. Não teve relação com [Diana], não teve relação com a entrevista.”

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No início desta semana, Charles Spencer teceu duras críticas ao jornalista, ao relacionar o momento a partir do qual conheceu Bashir e a morte de Diana, em agosto de 1997. Sobre isso, o jornalista comenta: “Posso entender a motivação [dos comentários do conde de Spencer], mas canalizar a tragédia, a difícil relação entre a família real e os media apenas sobre os meus ombros parece um pouco irracional. Penso que a sugestão de que sou singularmente responsável é irracional e injusta”.

A jornalista que conduziu a entrevista de Bashir ao Sunday Times escreveu que este parecia “um homem destroçado”, mas também “um bom ator”. 

De acordo com a Sky News, o conde de Spencer escreveu a Cressida Dick, comissária da Polícia Metropolitana de Londres, para que analisasse novamente as circunstâncias que levaram à polémica entrevista. Desde sexta-feira que se sabe que a polícia britânica vai avaliar o conteúdo do inquérito interno de maneira a garantir que não há “novas provas significativas” para apoiar uma investigação criminal.