A Polícia Judiciária (PJ) realizou na manhã desta quinta-feira buscas no Porto de Setúbal no âmbito de uma investigação ao tráfico internacional de droga, havendo várias detenções, entre as quais de estivadores, disse à Lusa fonte policial.

Trata-se, segundo a fonte, de uma investigação ao tráfico internacional num processo em que já tinham sido anteriormente concretizadas detenções e apreensão de droga.

De acordo com a fonte, alegados elementos da rede criminosa eram responsáveis pela retirada de cocaína de contentores no Porto de Setúbal.

Entretanto, numa nota enviada à agência Lusa, a Administração do Porto de Setúbal disse que quatro estivadores foram detidos nas suas residências e levados para interrogatório no âmbito de uma investigação ao tráfico internacional de droga.

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A Administração do Porto de Setúbal adianta que as buscas decorreram no Terminal Multiúsos Zona 1, concessionado à TERSADO.

De acordo com a administração aeroportuária, a PJ fez buscas aos cacifos de quatro trabalhadores da empresa de estiva SETULSET, que não pertencem aos quadros da APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, SA, tendo sido “detidos nas suas casas de manhã cedo e levados para interrogatório”.

“Segundo a informação dada à administração portuária, as buscas realizadas decorreram no âmbito de uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas”, é referido.

A administração aeroportuária diz ainda que a atividade terminal decorre normalmente, não se tendo registado qualquer interrupção ou perturbação no seu funcionamento.

Em comunicado, a PJ diz que realizou 21 buscas e deteve quatro homens, “suspeitos de integrarem organização criminosa de cariz transnacional dedicada à introdução, no continente europeu, de grandes quantidades de cocaína proveniente da América Latina”.

Fonte ligada à investigação explicou à agência Lusa que os detidos são dois antigos estivadores e dois camionistas de empresas que operam fora do Porto de Setúbal, acrescentando que foram constituídos mais de uma dezena de arguidos, um dos quais militar da GNR, suspeito de dar “apoio logístico à organização criminosa”.

Os detidos, “todos cidadãos nacionais e com idades entre os 46 e os 49 anos”, vão ser presentes na tarde de sexta-feira a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Setúbal, para aplicação de medidas de coação, indicou a mesma fonte.

A fonte ligada à investigação esclareceu que estes estivadores são quatro dos arguidos constituídos, sublinhando que não foram detidos.

A PJ acrescenta no comunicado que a “Operação Gancho”, de combate ao tráfico internacional de estupefacientes por via marítima, e que contou com o apoio de várias unidades desta polícia de investigação criminal, foi realizada no âmbito de um “inquérito tutelado pelo Ministério Público de Setúbal, no qual, em datas anteriores, se efetuaram várias apreensões de cocaína, no total de mais de duas toneladas daquele tipo de estupefaciente”.

“Uma dessas apreensões ocorreu em agosto do ano passado, quando, num centro logístico a norte de Lisboa, equipas da Polícia Judiciária intercetaram um contentor marítimo proveniente de um país da América Latina que transportava uma carga de caixas de bananas, entre as quais vinham dissimulados cerca de 375 kg (quilogramas) de cocaína, tendo, nessa ocasião, sido detidos em flagrante delito quatro homens”, lê-se na nota.

No decurso das buscas realizadas esta quinta-feira, os inspetores da PJ apreenderam “diversas viaturas automóveis, material informático e de telecomunicações, uma arma de fogo ilegal, dinheiro e diversa documentação com interesse para a prova dos factos em investigação”.

A PJ refere ainda que “a investigação prossegue”.

Segundo a TVI24, o alvo principal da operação são estivadores, sob suspeita de conivência com redes internacionais que usam os portos, estrategicamente, como zona de desembarque de grandes quantidades de cocaína proveniente da América do Sul, transportada em porta-contentores.

Portugal será uma das principais portas de entrada na Europa.