A coordenadora do BE, Catarina Martins, considerou este sábado incompreensível que se permita a uma iniciativa como a final da Liga dos Campeões aquilo que os portugueses estão impedidos de fazer, atribuindo responsabilidades ao Governo e à Câmara do Porto.
No final da Mesa Nacional do BE — órgão máximo entre convenções que se reuniu hoje pela primeira vez, em Lisboa, desde a última reunião magna — Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre a final da Liga dos Campeões, que se realiza este sábado no Porto, e que tem gerado desacatos e incumprimento das regras sanitárias por parte de alguns adeptos na cidade.
“Parece-me que não é compreensível permitir-se a uma iniciativa aquilo que não se permite à generalidade dos cidadãos e das cidadãs deste país”, criticou.
Questionada sobre quem tem responsabilidades, a coordenadora do BE referiu que, “do ponto de vista das normas e da sua implementação”, essas devem ser atribuídas ao Governo e à Câmara do Porto.
“Nós achamos que são sempre necessários os maiores dos cuidados. Portugal deve ter uma posição que seja compreendida por toda a comunidade na forma como impõe regras para prevenir riscos de covid-19. Sabemos que o ar livre é bem mais seguro do que os espaços fechados, sabemos que há já população vacinada, mas sabemos que são precisos cuidados”, tinha começado por responder.
Esta tarde, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha pedido coerência, referindo-se à presença de adeptos ingleses em Portugal para a final da Liga dos Campeões, e defendeu que “não é possível dizer que vêm em bolha” e isso não acontecer.
Durante uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa falava da pandemia e referiu a presença de adeptos ingleses para assistir à final da Liga dos Campeões, no Porto, sublinhando a necessidade de “um discurso que as pessoas percebam”.