O helicóptero Ingenuty Mars completou o sexto voo naquele que era o seu 91º dia em Marte, no seguimento da NAZA’s Mars 2020 Rover Mission, mas com alguma dificuldade. O objetivo da missão era conseguir capturar imagens de uma zona a oeste, que acabaram por ficar afetadas.

Eis o percurso pensado: a máquina foi inicialmente programada para subir a uma altitude de 10 metros antes de transitar outros 150 metros para sudoeste, a uma velocidade de 4 metros por segundo. Daí, o Ingenuty iria deslocar-se 15 metros para sul ao mesmo tempo que capturava imagens da zona de interesse. Depois voava mais 50 metros para nordeste e pousava.

Eis o percurso feito: os primeiros 150 metros correram bem. Mas, mesmo no final desta primeira parte, o helicóptero “começou a ajustar a sua velocidade e a inclinar-se para a frente e para trás” num “padrão oscilante”, explica Håvard Grip, piloto-chefe do Ingenuity Mars, no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. O comportamento instável continuou “durante o resto do voo”, acrescenta. Antes de pousar em segurança, os sensores a bordo “indicaram que a aeronave de asas rotativas encontrou excursões de rotação e inclinação de mais de 20 graus, grandes entradas de controle e picos no consumo de energia”, explica.

Foto tirada em 23 de maio de 2021, um dia após seu sexto voo - pelo instrumento Mastcam-Z a bordo do Perseverance Mars Rover. Créditos: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS

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Cerca de 54 segundos após levantar voo ocorreu uma falha relacionada com a entrega das imagens que estavam a ser recolhidas — o que resultou na perda de uma das fotos. Todas as outras foram entregues, mas com falhas: a data e hora eram imprecisas. “A partir daí, cada vez que o algoritmo de navegação realizava uma correção com base em uma imagem de navegação, estava a operar com base em informações incorretas de quando a imagem foi obtida”, conta Håvard Grip. Estes problemas afetaram as informações utilizadas para poder pilotar o helicóptero.

Mas Ingenuty Mars sobreviveu. O piloto conta que mesmo com a anomalia foi “capaz de manter o voo e pousar em segurança na superfície em aproximadamente 5 metros” — graças ao sistema de controlo — que conta com uma “ampla margem de estabilidade”, ao sistema de rotor, assim como o de energia.

O sexto voo, já concluído, serviu para ter descoberto uma “vulnerabilidade”, que está a ser “resolvida”, ao passo que também “confirmou a robustez do sistema”.