O Novo Banco espera ter lucros de 154 milhões de euros em 2021, segundo o relatório de 2020 da Comissão de Acompanhamento da instituição, que diz que o resultado positivo será suportado em parte pela redução das provisões para fazer face a perdas.

De acordo com o documento a que a Lusa teve acesso, o Plano de Médio Prazo para 2021-2023, aprovado em fevereiro de 2021, prevê “que o Novo Banco apresente lucros de 154 milhões de euros em 2021 (apesar das dúvidas sobre o impacto do fim das moratórias), de 279 milhões de euros em 2022 e de 288 milhões de euros em 2023, “pondo termo a um ciclo longo de enormes prejuízos e perdas de fundos próprios”.

Segundo a mesma comissão, este cenário “será em parte viabilizado pela prevista descida das provisões líquidas”, que passam de 1.199 milhões de euros em 2020 para 209 milhões de euros em 2021, 122 milhões de euros em 2022 e 119 milhões de euros em 2023.

Já o rácio de crédito malparado deverá descer de 8,9% no final de 2020 para 5,0% em 2021, 4,3% em 2022 e 3,4% em 2023, um ritmo de redução de ativos que será feito “de forma mais serena do que até aqui”, uma vez que, diz a Comissão de Acompanhamento, o banco “terá que, a partir de 2021, demonstrar a sua viabilidade sem ficar arrimado aos apoios de capital do Fundo de Resolução”.

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Esta segunda-feira, o Novo Banco anunciou lucros de 70,7 milhões de euros no primeiro trimestre, na primeira vez que apresentou resultados positivos e que comparam com prejuízos de 179,1 milhões de euros no mesmo trimestre de 2020.

O Novo Banco nasceu em agosto de 2014 na resolução do Banco Espírito Santo (BES).

Em 2017, aquando da venda de 75% do banco à Lone Star (que não pagou qualquer preço tendo injetado 1.000 milhões de euros), foi criado um mecanismo de capitalização contingente pelo qual o Fundo de Resolução se comprometeu a, até 2026, cobrir perdas com ativos ‘tóxicos’ com que o Novo Banco ficou do BES até 3.890 milhões de euros.

O Novo Banco já consumiu até ao momento 2.976 milhões de euros de dinheiro público ao abrigo deste mecanismo de capitalização.

Na semana passada, o ministro das Finanças, João Leão, disse que o Novo Banco deverá receber este ano mais 429 milhões de euros do Fundo de Resolução, abaixo dos 598 milhões de euros pedidos pelo banco.

Se ao valor já consumido pelo Novo Banco (2.976 milhões de euros) se somarem os 429 milhões de euros referidos pelo ministro das Finanças, o Novo Banco passa a ter recebido 3.405 milhões de euros, ou seja, 87,5% do valor que estava previsto no mecanismo de capitalização.