Noah, o menino de dois anos e meio que esteve desaparecido mais de 30 horas, está “estável”, garantiu esta sexta-feira a diretora clínica do Hospital Amato Lusitano, Eugénia André. “Quando entrou estava sonolento, mas consciente, com pressões arteriais aceitáveis. Iniciou soros, despertou, falou com os pais, está fora de perigo”, embora desidratado, disse ainda. O menino vai manter-se internado esta sexta-feira na pediatria e não há ainda previsão sobre quando terá alta.
Noah tem algumas escoriações, mas “nada de preocupante”. São “superficiais”, em várias partes do corpo (como abdómen, dorso e nos pés, dado que se encontrava descalço e despido). “Não há perigo nenhum, não há nada em órgãos profundos, nada que seja preocupante”, assegurou. O rapaz “dormiu toda a noite, alimentou-se, já falou com a mãe. Agora, está outra vez a dormir.” Hoje “não terá alta, porque interessa que vá totalmente estabilizado e com nutrição bem estabelecida“, informou ainda Eugénia André. O menino está “alegre” e “dormiu tranquilamente”. Está “a reagir bem, primeiro chorou, mas agora não está uma criança chorosa, deprimida, que não queira contactar. É bom sinal”. Noah está ainda a “fazer soros”.
A responsável do Hospital adiantou também que na unidade hospitalar estiveram equipas de psicologia e serviço social, assim como a polícia, a contactar com os pais. “No Hospital, foram feitas as diligências todas necessárias legais nestes casos”, vincou. A mãe pernoitou no hospital com o filho. “Sei que a mãe está estabilizada. O pai sei que ontem foi para casa, estava muito cansado. O que me disse a psicóloga foi que o senhor estava sob um grande stress e disse que ia descansar“, afirmou. A família está a receber acompanhamento psicológico.
Para ter alta, têm de estar garantidas “condições clínicas de nutrição e de hidratação, que são rapidamente estabelecidos, e que haja estabilidade do ponto de vista emocional da mãe e do pai para a ter devidamente em casa”. É, assim, necessário garantir-se que “quando sai, não tem novamente nenhum perigo”. A diretora clínica do Hospital antevê que Noah se mantenha naquela unidade durante o fim de semana.
Eugénia André diz estar surpreendida pelas “várias horas em que [Noah] esteve desaparecido e ter entrado com um quadro estável”. A responsável admite a possibilidade de o menino desenvolver um trauma, que “obriga a que tenha um seguimento”. Isto porque “pode nem se aperceber agora”, nota.
Noah, de dois anos e meio, esteve desaparecido desde quarta-feira, durante mais de 30 horas, no concelho de Idanha-a-Nova. Quando foi encontrado, estava consciente, lúcido e bem-disposto, segundo informou, ainda na quinta-feira, o Hospital de Castelo Branco, onde se manteve “para estabilizar um quadro de desidratação”.
“A criança encontra-se consciente, lúcida, colaborante e bem-disposta, apresentando um quadro de desidratação, devido ao longo período em que esteve sozinha. Deste modo, ficará internada por precaução e para estabilizar esse mesmo quadro de desidratação”, disse à agência Lusa Eugénia André. Os pais estiveram com a criança, que chegou ao hospital depois das 21h00.
Noah terá desaparecido na quarta-feira da casa onde mora, em Proença-a-Velha, no concelho de Idanha-a-Nova. Foi encontrado na quinta-feira, pouco antes das 20h00, a quatro quilómetros de casa em linha reta, na zona de Proença-a-Velha, mas muito próximo da povoação de Medelim. A polícia coloca a hipótese de ter percorrido 10 quilómetros.